Pais de alunos da Escola Estadual Ayrton Senna, localizada no Centro da Capital, denunciaram o uso de entorpecentes por estudantes.
De acordo com um deles, que pediu para não ser identificado, a situação tem gerado um clima de mal-estar entre a comunidade, uma vez que os usuários ameaçam aqueles que tentam de alguma forma denunciar a questão. “O uso de drogas por alguns estudantes está se tornando cada vez mais frequente e a situação está ficando fora de controle. Uma quadrilha praticamente se instaurou dentro da escola e eles ameaçam quem tentar denunciar”, contou.
Ainda de acordo com relatos dos pais, até mesmo a autoridade dos professores tem sido constantemente questionada pelo grupo de menores. Nem mesmo a presença recente da Polícia conseguiu inibir a audácia do grupo. “Tem professor com medo de dar aula por conta dessa situação e isso prejudica quem realmente quer estudar. Alguns, inclusive, já pediram transferência, porque não aguentam o clima de insegurança. A Polícia já foi lá uma vez, mas quem disse que isso os inibe”, disse.
Outro pai de aluno relatou à Folha que a situação foi comunicada à direção da unidade, que prometeu tomar providências a respeito. “A gente espera que resolvam logo, pois do jeito que está não pode ficar”, pontuou.
OUTRO LADO – Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed) informou que recentemente foi realizada uma reunião do Conselho de Classe da Escola Ayrton Senna e, em nenhum momento, foi informado o suposto uso de entorpecentes por alunos.
A Seed ressaltou ainda que as unidades de ensino do Estado têm trabalhado para mostrar as consequências e os males causados pelas drogas por meio de projetos, atividades e palestras que alertam os alunos quanto aos perigos causados pelo uso de drogas e álcool. “Nesta semana, a escola dará início ao projeto ‘Meu direito, minha dignidade’, que será desenvolvido junto com alunos e professores, tendo como intuito orientar e trabalhar a prevenção do uso das drogas”, destacou. Citou ainda a parceria com a Polícia Militar de Roraima, por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), iniciativa reconhecida nacionalmente e que é desenvolvido nas unidades escolares da capital e do interior.
Por fim, a Seed ressaltou a importância dos pais na participação da vida escolar dos filhos, uma vez que os adolescentes passam quatro horas do dia na escola e o restante sob a tutela da família. “Para que os trabalhos desenvolvidos em sala surtam efeito positivo, é fundamental que a família faça a sua parte, uma vez que esta ação é conjunta e não isolada”, finalizou. (M.L)