Os problemas de sono atingem os sexos de maneira diferente, como reforçam os dados de um novo estudo da Universidade de Queensland, na Austrália. Comecemos logo de cara pela ala feminina: a avaliação, conduzida com 744 pacientes, apontou que elas apresentam sintomas mais severos de insônia e sonolência diurna.
“As mulheres também se sentem mais afetadas por essas desordens ao longo do dia”, afirma John Malouf que fez parte da pesquisa. Por exemplo: o cansaço decorrente dessas situações provoca maior dificuldade de concentração e problemas de memória entre elas.
Em contrapartida, os cientistas constataram que, de tão potente, o ronco masculino é capaz de colocar o casal para dormir em quartos separados. E um adendo: a barulheira noturna é sinal clássico da apneia obstrutiva do sono, uma chateação associada a um risco aumentado de infarto e outros problemas cardiovasculares.
Os experts consideram as diferenças surpreendentes. “Apesar de ambos os sexos apresentarem idades similares na investigação, os sintomas e efeitos sobre suas vidas diferiram significativamente”, explica Allegra Boccabella, líder da análise. Eles ressaltam a importância de os médicos reconhecerem essas questões para que tratem cada paciente da forma mais eficiente possível.
A biomédica Monica Andersen, do Instituto do Sono, em São Paulo, conta que existem razões fisiológicas para essas disparidades: “Os homens naturalmente possuem um estreitamento da via aérea superior, o que causa mais propensão ao ronco”.
Já para as mulheres, a fonte do problema reside principalmente no ciclo menstrual: “A mudança hormonal ao longo do mês pode causar perturbações intensas. Elas têm mais dificuldade para iniciar e manter o sono e também lidam com o despertar precoce”, diz a especialista.
Apesar de ser fundamental consultar um especialista, algumas medidas fáceis ajudam a garantir um descanso reparador. Monica enfatiza: “A mais importante é dormir e acordar no mesmo horário. O organismo não gosta das oscilações de tempo. Outra dica: nada de café ou bebidas estimulantes a partir do final da tarde. Para aqueles já atormentados por alguma disfunção, é bom evitar o nervosismo perto da hora de ir para a cama – o cortisol, hormônio do estresse, só piora a condição”.
Fonte: Saúde Abril