Política

FAB suspende contratos com a Dallas Airmotive, dos Estados Unidos

A empresa de manutenção de aviões disse à Justiça dos Estados Unidos que pagou propina a oficiais da FAB e ao governo de Roraima

A Força Aérea Brasileira (FAB) suspendeu nesta sexta-feira (12) os contratos que mantinha com a empresa norte-americana Dallas Airmotive. De acordo com reportagem do The Wall Street Journal, a empresa de manutenção de aviões disse à Justiça dos Estados Unidos que pagou propina a oficiais da FAB e ao governo de Roraima.
Os pagamentos teriam ocorrido entre 2008 e 2012, e se destinavam também à Força Aérea Peruana e ao governo da província argentina de San Juan. Ao assumir os subornos, a empresa Dallas concordou em pagar multa de US$ 14 milhões (R$ 37,1 milhões pelo câmbio de hoje), segundo o jornal.
Por meio de nota, a FAB disse que os contratos com a Dallas estarão suspensos até o total esclarecimento das denúncias. Caso as acusações sejam comprovadas, informou a Aeronáutica, os contratos serão rescindidos. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar o envolvimento dos oficiais que, de acordo com o órgão, ainda não foram identificados.
“Ressaltamos que a FAB repudia atitudes desta natureza, e atua firmemente para coibir desvios de conduta de seu efetivo”, enfatiza a nota.
O CASO- Uma empresa americana de manutenção de motores de aeronaves admitiu à Justiça dos Estados Unidos que pagou propina a dois oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) e a um funcionário do gabinete do ex-governador de Roraima José de Anchieta Júnior (PSDB). Um comunicado do Departamento de Justiça dos EUA publicado nesta quarta-feira (10) informa que a Dallas Airmotive pagará US$ 14 milhões de sanção penal por descumprir a lei que pune empresas do país que praticam corrupção no exterior.   Procurada, a FAB disse que soube do caso pela imprensa e que abriu processo para apurar os fatos. José de Anchieta Júnior disse que se informará sobre o assunto antes de se pronunciar. Em nota, a Dallas Airmotive confirmou o pagamento de suborno e atribuiu as ilegalidades a funcionários que já estão fora da empresa.