Cotidiano

Paramazônia continua transportando agentes para comunidades indígenas

Mesmo com a insatisfação de funcionários dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) Leste e Yanomami que se dizem preocupados com a qualidade do serviço prestado pelas empresas de transporte aéreo, o coordenador do Dsei-Y, Rosicler Oliveira, afirmou à Folha que os serviços de atendimento de saúde às comunidades no interior do Estado não foram interrompidos. A informação também vai de encontro ao anúncio feito por Arthur Neto, proprietário da empresa Paramazônia Táxi Aéreo LTDA, companhia responsável pelo translado dos agentes de saúde dos Distritos.

De acordo com o coordenador do Dsei-Y, o proprietário da empresa responsável pelo translado dos agentes de saúde, a Paramazônia Taxi Aéreo, chegou a entrar em contato com o Distrito solicitando que o contrato fosse reincidido, porém, o pedido foi negado. “Ele [Arthur Neto] solicitou a rescisão contratual, mas a gente não concedeu, enquanto não providenciar uma alternativa, uma nova licitação, porque não podemos deixar de prestar o serviço. Nós acionamos a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e conferimos que as atividades da empresa não estão suspensas, então, por enquanto, nada está suspenso”, afirmou Oliveira.

Segundo o coordenador, o trabalho continua normal nas comunidades indígenas, sendo atrapalhado somente por conta do período chuvoso. “O trabalho no Dsei-Y continua normalmente. Estamos atendendo nos locais e fazendo as remoções para os casos mais graves. O trabalho diminuiu um pouco só por causa da chuva”, declarou.

SUSPENSÃO – Segundo o proprietário da Paramazônia Táxi Aéreo LTDA, Arthur Neto, a empresa havia suspendido os voos por tempo indeterminado, após a ocorrência de dois acidentes aéreos com aeronaves da empresa, que resultou na morte de cinco pessoas.

O primeiro caso ocorreu no dia 14 de junho, quando um avião fez pouso forçado no Rio Catrimani, no município de Caracaraí, região centro-sul do Estado. O piloto Elcides Rodrigues Pereira fez um pouso de emergência e, ao ser resgatado, caiu no rio e morreu afogado.

O segundo caso aconteceu no dia 03 de julho, quando um monomotor CESSNA caiu em uma área de mata fechada no município do Cantá, região centro-leste de Roraima, próximo ao final da pista da empresa. A aeronave fazia o transporte de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) a uma área onde estava sendo realizada a Operação Curare VIII. Das cinco pessoas a bordo, quatro morreram carbonizadas, incluindo o piloto Marcos Costa Jardim. (P.C)