Cotidiano

Trabalhadores municipais vão à Câmara tentar discutir PCCR

Enviado à Câmara sem discussão com categoria, Sitram teme que projeto seja aprovado sem participação dos trabalhadores

Depois de terem tido negado o direito de participar das discussões em torno da elaboração do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), os servidores municipais agora lutam para serem ouvidos antes que o projeto de lei seja votado na Câmara Municipal de Boa Vista. O Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sitram) convidou os servidores para uma mobilização prevista para hoje na Casa, pois temem que ele seja votado sem discussão prévia de cada um dos artigos do projeto que rege a vida profissional no serviço público municipal.
Este é um pleito antigo da categoria, mas desde que a nova gestão completou um ano a frente da Prefeitura de Boa Vista, a luta vem sendo intensificada, uma vez que o Sitram entendeu que já havia tempo suficiente para que houvesse deliberação a respeito. Sem negociação a categoria entrou em greve, paralisação que só foi interrompida, em fevereiro deste ano, quando o Executivo Municipal se comprometeu a chamar o sindicato para participar da elaboração do plano, o que não ocorreu. “O Sitram repudia a atitude da prefeitura de Boa Vista, que em 24 de fevereiro, em negociação que pôs fim à greve, se comprometeu a chamar o sindicato para um contato próximo e apresentação do plano antes de mandar para votação”, disse a presidente do Sitram, Sueli Cardozo, em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha 1020, na manhã deste domingo, dia 14.
Ela explicou que, inicialmente, o plano seria apresentado em julho, depois o novo prazo passou para novembro e, finalmente, dezembro. “Os próprios vereadores nos disseram que o plano seria enviado para o Sitram, mas como eu denunciei a entrega de 90 mil panfletos em que a Prefeitura afirmava que já havia apresentado o plano aos servidores estatutários, acredito que, contrariada, a prefeita resolveu não enviar os planos para o Sitram”, indignou-se.
Ela afirma que, diante da dificuldade de diálogo com a gestão municipal, o Sitram tem intensificado a agenda de visitas à Câmara Municipal – cuja maioria é da base aliada à prefeitura – por medo de ver aprovado um plano sem qualquer emenda ou discussão prévia com a classe. “Não somos contra a aprovação, somos os mais interessados nisso, desde que seja resguardado o direito ao debate. Os vereadores não podem se eximir do dever de nos ouvir e propor emendas, se for o caso”, frisou.