Se os números do mercado forem algum indicativo, a Venezuela caminha a passos largos em direção ao calote.
A taxa de referência dos títulos em dólar com vencimento em 2027 caíram para 44 centavos, uma taxa não vista desde setembro de 1998.
O risco de calote do país calculado com base nos seguros da dívida teve uma pequena melhora depois de atingir 93% na última quarta-feira – o mais alto do mundo.
Os títulos da dívida da petrolífera PDVSA também nunca estiveram em um nível tão baixo desde que foram emitidos. As reservas estão em apenas US$ 21 bilhões – pior nível em mais de uma década e suficientes para cobrir menos da metade da dívida dos próximos 5 anos.
Cenário
O principal motivo da crise é o preço do petróleo, que caiu 40% desde junho e está no seu mais baixo nível desde 2009. O combustível é responsável por 96% do valor das exportações venezuelanas; outros grandes produtores como Rússia e Irã também já estão sofrendo as consequências do tombo.
Isso porque a Venezuela já não estava em uma situação confortável antes, com recessão econômica e inflação acima de 60% ao ano – uma das mais altas do mundo.
No começo de setembro, o ex-ministro do Planejamento Michael Hausman já dizia que não havia “razão moral” para o país continuar honrando os títulos da sua petrolífera ao mesmo tempo em que dava o calote na cadeia de importação.
A situação agrava a escassez de produtos no país, que atingiu até o implante no seio. Maduro chamou Hausman de “bandido” e ameaçou tomar medidas legais. De acordo com as últimas pesquisas, o presidente é aprovado por apenas um entre cada quatro venezuelanos.
Segundo os economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, a Venezuela é o país mais caloteiro do mundo. Um eventual novo default seria o 12º da história moderna do país.
Fonte: Exame
Política
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