Polícia

Um dia após transferência, presa é brutalmente assassinada por colegas de cela

A violência do crime foi tão grande que o pescoço da detenta foi cortado pela metade, quase degolada, e teve o corpo exposto em uma das celas

Por Luan Guilherme Correia e Tarsira Rodrigues

Apenas um dia após a Secretaria Estadual de Justiça (Sejuc) transferir 178 presas da Cadeia Pública Feminina, na zona Rural, para o prédio do antigo Centro de Progressão Penal (CPP), em uma área residencial do Asa Branca, na zona Oeste, uma detenta foi brutalmente assassinada dentro do prédio da nova unidade, na noite de ontem, 27.

A violência do crime foi tão grande que o pescoço da detenta foi cortado pela metade, quase degolada. Não satisfeitas, as suspeitas penduraram a vítima pela cabeça em uma linha, que ficou exposta dentro da cela.

As outras detentas utilizaram o sangue da mulher para escrever na parede a frase: “CV não tem vez” (Sic), em clara demonstração de que o crime ocorreu por conta de confronto entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), a qual possivelmente fazia parte a detenta assassinada.

A vítima foi identificada como Wanessa Brenda Fernandes Cardozo, de 19 anos. Ela havia sido presa há apenas uma semana, em uma ação conjunta entre as Polícias Civil e Militar, transportando drogas junto com outros dois comparsas para o município de Alto Alegre, na região Centro-Oeste de Roraima.

ALERTA- Os agentes penitenciários já haviam alertado sobre a transferência das presas para o prédio do antigo CPP, que fica próximo de residências, praças, escolas e bancos. A principal preocupação é porque não há guarda externa na unidade, uma vez que abrigava presos do regime semiaberto.

GOVERNO- Em nota, a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) informou que por volta das 20h30 foi registrado um homicídio na Cadeia Pública Feminina de Boa Vista. O fato ocorreu dentro da Tranca, local isolado onde a reeducandas recém-chegadas ficam para análise de comportamento.

No local foi encontrada a reeducanda Wanessa Brenda Fernandes Cardoso, 19 anos, pendurada por um pedaço de corda de nilon é um corte profundo no pescoço.

Três reeducandas, das 10 que estavam na Tranca, confessaram o envolvimento no crime e foram encaminhadas à 5 Delegacia de Polícia Distrital, onde prestaram depoimentos. “As circunstâncias que motivaram o crime estão sendo investigadas”, informou.

A perícia da Polícia Civil de Roraima esteve no local e colheu evidências para elucidação do crime. A Sejuc informou ainda que a detenta estava cumprindo o prazo de 15 dias onde é feito a avaliação psicológica e comportamental da reeducanda para ser encaminhada para cela com as demais internas.