Cotidiano

Vantagens de veículos flex ainda são desconhecidas dos roraimenses

Implantada no país há mais de 10 anos, a tecnologia flex só acrescenta ganhos para o condutor, diz especialista

Implantada no ano de 2003, a tecnologia Flex para veículos automotivos já faz parte da realidade de muitos brasileiros. Atualmente, 90% dos veículos que saem das fábricas possuem a tecnologia. Anos se passaram e muitas dúvidas continuaram. Em tempos de reajuste preços, o consumidor ainda se pergunta sobre o que fazer na hora de abastecer.
“A tecnologia Flex basicamente proporciona ao condutor a opção de ter um veículo que utilize dois tipos de combustível. Antigamente, os carros eram configurados para receber apenas um tipo de substância e, na mecânica, nós temos vários tipos de relações de mistura, que envolve ar e o combustível. Para cada tipo de substância é preciso que haja uma quantidade correta de oxigênio que, misturado ao combustível, acaba por produzir uma combustão perfeita dentro do motor”, explicou o instrutor do curso de mecânica automotiva do Senai (Serviço Nacional da Indústria), Enilson Fernandes.
Conforme o profissional, a desinformação continua sendo o principal entrave para a aceitação da tecnologia. “Muita gente se pergunta em relação ao uso de cada combustível. Por exemplo, se quem utiliza por um tempo apenas o álcool e depois resolve colocar gasolina, vai ocasionar algum problema no seu carro. A resposta é não. Até porque essa tecnologia foi desenvolvida justamente para esse fim, seja qualquer proporção, pequena ou grande, ou até mesmo mistura as duas ao mesmo tempo, não vai afetar o desempenho do seu carro”, frisou. 
E acrescentou: “Inicialmente, já houve alguns problemas referente a esse tipo de caso, mas algo dentro do esperado. Tudo que é novo no mercado tem antes de ser testado para depois saber se tem aceitação. Esse mito de que o carro pode viciar em apenas um tipo ou que pode danificar o motor vem desde quando a tecnologia começou a ser implantada, pois alguns modelos apresentaram falhas quando se consumiu um combustível e depois se trocava por outro. Mas, com o avanço da tecnologia automotiva, esses problemas foram ficando para trás”, disse o especialista.
PREÇOS – Com os reajustes promovidos pela Petrobras, alguns postos da Capital alteraram os preços dos combustíveis. Atualmente, a gasolina está sendo praticada a R$ 3,20, o diesel a R$ 2,80 e o álcool/etanol varia de R$ 2,55 a R$ 2,75.
A gasolina continua sendo o combustível mais solicitado.  Na hora de escolha, vale seguir algumas regras. “Quanto à economia, o motorista precisa fazer os cálculos para saber qual é o mais vantajoso com base no preço do combustível praticado atualmente”, disse.
O álcool faz menos quilometragem por litro rodado do que a gasolina porque queima mais rápido. “Por isso, para ser economicamente rentável, vale a pena abastecer com álcool quando ele está até 70% do valor da gasolina na bomba”, ressaltou Fernandes.
FLEX – Criada no Brasil, a tecnologia Flex foi pensada desde o início como uma fonte de economia para o mercado automotivo e para o consumidor. O primeiro carro bicombustível do Brasil foi o Gol 1.6 Total Flex, em 2003. Desde lá, já foram fabricados cerca de 20 milhões de carros flex. Eles representam 92% do mercado atual, excluindo os veículos movidos a diesel. (M.L)