Cotidiano

Governo Federal atrasa pagamento de obras

Sindicato que representa a construção civil no Estado afirma que falta de dinheiro compromete obras

Conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Roraima (Sinduscon-RR), as empresas responsáveis pelas obras do programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida em Roraima estão há cerca de dois meses sem receber os repasses para a execução dos trabalhos. O diretor tesoureiro da entidade, Veronildo Holanda, afirma que a falta de dinheiro poderá prejudicar o pagamento da segunda parcela do 13º salário dos funcionários.
Segundo Holanda, o programa na área urbana é dividido por três faixas de renda mensal: até R$ 1.600 (faixa 1), até R$ 3.100 (2) e até R$ 5 mil (3). Ele ressaltou que os atrasos ocorrem somente na faixa 1. “Maior parte da obra é bancada pelo Governo Federal. O beneficiado paga uma taxa simbólica que pode chegar até a R$ 80,00”, explicou. Em Roraima, estão em andamento três obras do programa federal: Pérola 6 e 7, Ajuricaba, no bairro Airton Rocha, zona Oeste, e Vila Jardim, no Cidade Satélite, também na zona Oeste. 
O diretor tesoureiro do Sinduscon ressaltou que os atrasos nos repasses ocorrem desde o início do ano. “O governo vem atrasando o pagamento desde janeiro, porém nunca chegou a um mês. Em Roraima, as empresas responsáveis pelo empreendimento já estão sem receber há mais de 60 dias”, afirmou.
Holanda frisou que o problema se repete em outros estados da federação. “As construtoras que executam as obras em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão e em outros estados também encontram-se na mesma situação. Em alguns locais, os atrasos passam de 90 dias”, disse. 
Em todo o país, as empresas estão tentando resolver o problema junto ao Governo Federal, mas nenhum acordo foi firmado. “Até o momento, apenas promessas foram feitas. O governo afirma que irá efetuar o pagamento, mas nenhuma das previsões dadas é cumprida”, frisou.
Os atrasos nos pagamentos para as empresas do setor da construção envolvidas no programa habitacional do Governo Federal poderão impedir as empresas de honrar com os compromissos de final de ano. “Até o momento, as construtoras estão cumprindo com o pagamento de seus colaboradores, mas devido à falta de recursos, a segunda parcela do 13º salário poderá ser comprometida”, disse Holanda.
GOVERNO – A assessoria de comunicação do Ministério das Cidades informou, através de nota, que desconhece os atrasos citados e que o cronograma de pagamentos do programa Minha Casa Minha Vida segue com o fluxo normal. (I.S)