Cotidiano

Evasão chega a 30% e sete escolas em BV oferecem quase 200 vagas

Desgaste físico gerado pelo trabalho é um dos motivos de desistência de alunos da Educação de Jovens e Adultos

Trabalhadores ou pessoas acima de 18 anos que ainda não concluíram o ensino regular devem ficar atentos. A Secretaria Estadual de Educação e Desporto (SEED) está abrindo novas vagas para alunos na modalidade de Educação para Jovens e Adultos (EJA).  

“Ao contrário dos métodos regulares, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) trabalha de forma diferenciada. Essa modalidade funciona de forma semestral. Após concluir um semestre, o aluno já é matriculado em uma série seguinte até completar a carga horária de séries que lhe faltavam. Como já se encerrou o primeiro semestre nos três calendários escolares que temos em funcionamento no Estado, novas vagas vão surgindo”, afirmou a diretora da Divisão de Educação de Jovens e Adultos (DIEJA), Sulivanha de Lima.

Ao todo, 195 novas vagas, distribuídas em sete escolas estaduais, estão sendo oferecidas para esse semestre. Desse quantitativo, dez vagas são de 1º ano do ensino médio na Escola Coema; 15 vagas também de 1º ano na Escola Caranã; 48 vagas na Escola Jaceguai Reis, sendo oito para o 7º ano, cinco para o 8º ano e cinco para o 9º ano do ensino fundamental, 30 vagas distribuídas entre 1º, 2º e 3º ano do ensino médio; 60 vagas para o 3º ano do ensino médio na Escola Maria das Dores Brasil; sete vagas de 3º ano na Escola Monteiro Lobato; 17 vagas de 7º ano do ensino fundamental na Escola Lobo D’Almada; e 38 vagas na Escola Antônio Ferreira, sendo 13 vagas para 6º ano, uma vaga para o 7º ano, 11 vagas para o 8º ano e 13 vagas para o 9º ano do ensino fundamental.

“Vale ressaltar que em relação à Escola Jaceguai, esse quantitativo se refere ao Calendário Escolar 1, que já está praticamente finalizado. Na escola Antônio Ferreira, as matrículas vão até o dia 31 deste mês”, frisou Sulivanha.

Para se preencher uma das vagas, o interessado deve procurar a secretaria dessas unidades, munido de cópia e original da Carteira de Identidade, CPF, comprovante de residência e histórico escolar, além de duas fotos 3×4. “É importante que ele traga o histórico escolar, para justamente acharmos a turma ideal para que esse estudante possa concluir os estudos, já que ainda há uma taxa muito elevada de evasão escolar, principalmente entre a faixa etária mais adulta”, complementou.

Atualmente, segundo Sulivanha, a taxa de evasão escolar de alunos da EJA é expressiva, girando em torno de 30%, tendo como um dos principais fatores o desgaste físico provocado pelas atividades de trabalho. “Com relação à evasão, nós temos um índice muito elevado, o que tem feito a Secretaria de Educação buscar fórmulas para que se consiga fazer com que esses alunos permaneçam até o final, mas como há muitas pessoas que possuem uma carga horária de trabalho muito intensa, isso faz com que muitos se sintam cansados a ponto de desistirem dos estudos”, frisou.

Outro fator destacado pela diretora do DIEJA é a diferença de idade entre os estudantes da EJA. Boa parte dos alunos dessa modalidade é de adolescentes, o que acaba criando conflito de gerações. “Inicialmente, a EJA foi idealizada para o trabalhador jovem e adulto. Hoje nós temos muitos adolescentes dentro dessa modalidade, e quando eu tenho uma sala mista, com muitos adolescentes ou jovens, os adultos vão se chocar com a diferença de idade. O adulto que ingressa na EJA vem para recuperar o tempo perdido, procurando seriedade, o que é diferente do jovem, que ainda está querendo brincar. Então, há conflitos de gerações e isso faz com que o público alvo principal se evada também”, pontuou.

Para sanar esse tipo de problemática, Sulivanha contou que a Seed vem adotando medidas que facilitem a vida dos estudantes, como separar as turmas pelas faixas etárias, entre outros mecanismos. “O ideal seria não ter evasão, mas um percentual tolerável seria 5%, até porque não dá para desconsiderar fatores que vão além da vontade do aluno, como doenças. Para a gente que tem uma estabilidade e um nível de conhecimento avançado já é bastante complicado conciliar estudo e trabalho, imagina para quem está no nível da educação básica”, concluiu. (M.L)