A onda de crimes cometidos contra taxistas em vários bairros de Boa Vista tem causado preocupação entre essa classe profissional. Segundo o Sindicato dos Taxistas de Roraima, que representa 378 táxis convencionais, 408 lotações e 350 intermunicipais, somente entre os meses de junho e julho deste ano, 11 casos de assaltos a taxistas foram registrados na Capital.
Em 2016, ocorreram três mortes e em 2017 já foram registradas duas. A última ocorreu na quarta-feira, 6, quando o taxista intermunicipal Israel Correia da Silva, de 39 anos, foi executado com seis tiros ao chegar em sua casa, no bairro Centenário, zona oeste de Boa Vista.
Diante do quadro de insegurança, os taxistas reivindicam medidas que contenham os crimes que vêm sendo cometidos contra os profissionais da categoria. “Nós saímos de casa sem saber se iremos voltar. E quando voltamos ainda podemos ser mortos dentro de casa, como aconteceu com o último taxista”, disse o presidente do Sindicato, Marino Jorge.
A onda de crimes envolvendo motoristas de táxis convencionais e táxis-lotação motivou representantes do sindicato a pressionar, mais uma vez, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) em busca de uma providência. No início do segundo semestre do ano passado, foi firmado um acordo para a criação de um canal de comunicação, por meio de radiofrequência, entre o órgão e as cooperativas de táxis. Até o momento, no entanto, a medida não foi efetivada. “Até agora não foi feito aquele procedimento. Como não foi assinado nenhum documento no acordo, os secretários que entraram não deram continuidade. Iremos ver o que podemos fazer para que essa ideia saia do papel e tenhamos mais segurança”, explicou Marino.
O canal de comunicação seria instalado no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS), órgão ligado à Sesp. A ideia seria proporcionar compartilhamento de informações entre a Secretaria e os taxistas em geral. Todos seriam beneficiados com o sistema, pois estariam sendo monitorados e teriam mais segurança para trabalhar. Dos 378 táxis convencionais, 108 já possuem o equipamento próprio do canal de comunicação.
Enquanto aguardam por mais segurança no trabalho, a única alternativa para os taxistas, segundo o presidente, é torcer para que não sejam vítimas de assaltos. “Na verdade, os taxistas não sabem o que fazer. Tiraram as rondas nos bairros e hoje é difícil vermos viaturas nas ruas. Seria importante que voltasse, porque havia a segurança”, frisou.
GOVERNO – A reportagem da Folha entrou em contato com o Governo do Estado para saber como está o andamento do processo para aquisição dos radiocomunicadores aos taxistas e se alguma medida vem sendo tomada para garantir a segurança da categoria. Até o fechamento desta matéria, às 14h de ontem, não obteve retorno. (L.G.C)