A Semana Nacional de Trânsito em Roraima começou com o registro de imprudências ao volante. Somente na madrugada de segunda-feira, 18, três motoristas foram flagrados em casos de embriaguez ao volante e falta de Carteira Nacional de Habilitação (CNH), crimes que têm se tornado cada vez mais comum no tráfego veicular do Estado.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (Smtran), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) farão, durante toda a semana, campanhas com o objetivo de reforçar a conscientização por parte dos condutores de veículos. Apesar das inúmeras imprudências por parte de alguns motoristas, o número de acidentes e mortes no trânsito de Roraima vem caindo ao longo dos anos.
Segundo dados do Detran, de janeiro a junho de 2017 foram registrados 1.967 acidentes no Estado, com 80 mortes. No mesmo período do ano passado, o número foi de 2.169 acidentes, com 90 mortes. A queda foi de 9,6% no comparativo da taxa de acidentes e 11,1% nas mortes.
A frota de veículos nos seis primeiros meses de 2016, em Roraima, era de 195.649. Este ano, no mesmo período, a quantidade subiu para 204.892. Houve redução de 13,4% no comparativo da taxa de acidentes de trânsito de Roraima por mil veículos, nos meses de janeiro a junho de 2016 com janeiro a junho de 2017.
O Detran também apontou que houve redução de 14,9% no comparativo das taxas de mortalidade de acidentes de trânsito por 10.000 veículos em Roraima de janeiro a agosto de 2016 com 2017, passando de 4,85 para 3,88 mortes.
RODOVIAS FEDERAIS – As rodovias federais de Roraima também registraram menos acidentes entre o primeiro semestre de 2016 e o mesmo período de 2017. Segundo a PRF, foram 145 no ano passado contra 117 este ano. O número de mortes, no entanto, foi quase proporcional apesar da queda nos acidentes, passando de 14 para 13.
Conforme o chefe de comunicação da PRF em Roraima, Marcos Aguiar, o órgão estará participando da Semana Nacional de Trânsito. “As ações serão aumento de fiscalização por parte das infrações que causam mais letalidade no trânsito, que são excesso de velocidade, alcoolemia ao volante, ultrapassagem proibida e verificação de cinto de segurança e cadeiras infantis. Outra observação é que a fiscalização será intensificada no quesito de motocicletas, com documentação, capacete e calçados adequados para a condução”, disse.
Ele informou também que a PRF fará ações de fiscalização para o trânsito no posto fiscal da BR-174 Sul, na saída para Manaus (AM). “Essas fiscalizações ocorrerão em dias e locais específicos e estratégicos, onde se verifique com maior incidência o número de infrações”, explicou. (L.G.C)
Números mostram que acidentes no trânsito de Roraima vem reduzindo ao longo dos anos:
Acidente de trânsito muda a vida de quem ficou com sequelas graves
O trânsito em Roraima continua tão violento quanto uma guerra e, quando não mata, mutila. Apesar da queda no número de acidentes nos últimos anos, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ainda é assustadora a quantidade de mutilados, vítimas do trânsito na Capital.
Há seis anos, a imprudência ao volante deixou o agente de aeroporto Randerson Gomes Calixto, de 29 anos, com sequelas graves. Ele conduzia uma motocicleta pela BR-174, no trecho sul, na saída para Manaus (AM), quando foi atingido por um motorista de um veículo que fazia uma conversão proibida na altura do Anel Viário, na zona rural de Boa Vista.
“O carro atravessou saindo do Anel Viário no meio da pista para fazer o retorno indevido e eu vim a colidir no meio do carro. Estava de moto e como o motorista era coronel bombeiro, ele saiu do local sem prestar socorro”, disse.
Randerson ficou três meses internado no Hospital Geral de Roraima (HGR), onde passou por cerca de dez cirurgias na perna, onde teve fraturas expostas em um dos pés, joelho e luxações por várias partes do corpo. “Corri o risco de perder o pé. Quando fui para casa, continuei na cama. Como tive uma lesão muito grande na perna, tive problemas vasculares e o ferimento do pé demorou três anos para sarar”, lembrou.
O jovem ainda tenta, aos poucos, retomar a rotina que levava, mas disse ter consciência de que jamais terá a mesma vida de antes. “Tenho mobilidade reduzida do pé, não tenho mais flexões no joelho. Como eu dei entrada no Tratamento Fora de Domicílio, ainda estou afastado do trabalho. O motorista foi condenado pelo processo criminal pelo Estado e dei entrada ao processo cível que ainda está tramitando. Eu fazia faculdade, tive que parar, saí do meu emprego. Só seis anos depois estou tentando retomar, porque voltar ao normal não é possível”, comentou. (L.G.C)