A causa da depressão normalmente é um desiquilíbrio químico no cérebro e acontecimentos estressantes, como a perda de um familiar. O paciente pode apresentar vários sintomas persistentes, como: ansiedade, falta de interesse, tristeza, apatia, choro excessivo, isolamento social, falta de concentração, lentidão, pensamentos suicidas, insônia, falta de apetite, níveis de energia reduzido.
De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, os cuidadores, sejam eles familiares ou amigos, são peças fundamentais no progresso do tratamento do paciente com depressão.
“Cada vez mais pessoas estão sofrendo de transtornos depressivos, é comum os familiares levarem o paciente deprimido para uma consulta médica psiquiátrica, é comum também que a família esteja angustiada devido a depressão do paciente. Mas nem sempre é assim. O tratamento da depressão é medicamentoso e psicoterápico, mas é necessário suporte familiar para melhor prognóstico terapêutico”, explica.
“Precisamos de ajuda Doutor, meu irmão está com depressão e está passando para toda família” – Apesar da depressão não ser nenhuma doença contagiosa, esta frase é muito comum nas consultas psiquiátricas explica o médico.
“Sabemos que o paciente deprimido pode estar com alto grau de disfuncionalidade e dependência de terceiros, além de outros transtornos psiquiátricos como alcoolismo, insônia, ansiedade, transtornos alimentares, uso de substâncias químicas causando prejuízos familiares, social, profissional.
Algumas pessoas querem ajudar, mas depois de algum tempo se sentem “impotentes” e “cansadas” como se estivem sem energia para continuar cuidando do familiar depressivo, nestes casos a família tem que ser bem orientada para não acabar adoecendo também.
“É comum a família, amigos e pessoas mais próximas no intuito de querer ajudar dizer que é “falta de força”, “falta de fé”, “fraqueza”, “preguiça” e “frescura”, tais orientações não geram muito efeito e podem piorar o tratamento, sabemos que a depressão é um transtorno psiquiátrico com base cientifica, fundamentada na falta de certos neurotransmissores e na funcionalidade elétrica dos neurônios, diante de tais dados o correto é a família orientar o paciente deprimido a buscar ajuda profissional com psicólogo e consulta médica com psiquiatra”, relata.
Segundo o médico, os familiares devem acompanhar o paciente na consulta para poder entender o que está acontecendo ao paciente, além de lembrar o paciente a fazer corretamente o tratamento, o uso correto da medicação, não esquecer as sessões com o psicólogo, a reeducação do sono.
Mensagens de otimismo nos momentos certos, para o paciente voltar a ter convívio social adequado também é importante e principalmente policiar o paciente sobre pensamentos ruins e pensamentos de morte, em caso de crise levá-lo para serviço de urgência/emergência para atendimento médico.
Durante o tratamento a orientação familiar é de incentivar o paciente a continuar o tratamento medicamentoso, psicológico e psiquiátrico.
“A depressão não pode ser vista pela sociedade como “brincadeira” e “frescura” de certas pessoas, mas como uma doença grave que pode levar a morte e gerar enorme prejuízo social, econômico e familiar, dificilmente o paciente deprimido vai buscar ajuda profissional sozinho, os parentes e amigos neste caso têm o dever moral de ajudar a marcar as consultas e orientar o paciente a fazer o tratamento correto”, finaliza o médico.