Cotidiano

Sejuc inicia construção de cerca elétrica

Até o final do mês, Penitenciária terá cerca elétrica com sensor de movimento, que dispara alarme e alerta autoridades por telefone

Quase dois anos depois de ser anunciada como reforço para evitar fugas de detentos, os muros da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) estão recebendo a instalação de cerca elétrica e sensor de movimentos que, uma vez ativado pela presença de detentos, gera um alarme sonoro e visual, alertando os guardas para a aproximação de presos ao muro. O prazo de conclusão da obra é de até o final deste mês. A informação é do secretário estadual de Justiça e Cidadania, Natanael Nascimento.
“Não se trata apenas de uma cerca elétrica, mas de um moderno sistema de alarme que compreende de uma faixa a cinco metros distante da cerca, dentro da penitenciária, em que, se o interno ultrapassar este limite, o sinal será emitido, o alarme”, frisou.
Além disso, informou o secretario, será automaticamente enviado sinal ao telefone de todas as autoridades envolvidas no sistema: secretários titular e adjunto da Sejuc, comandante da Polícia Militar, chefa da Dicap (Divisão de Capturas), diretor do presídio e diretor do Desip (Departamento do Sistema Penitenciário).
“É um instrumento muito importante para evitar fugas e o controle que a sociedade precisa para manter quem cometeu o delito e foi julgado para que cumpra sua pena. Este é o nosso papel quanto Estado”, ressaltou.
O secretário informou que atualmente a Pamc é cercada por muros de cinco metros de altura, considerado baixo para os padrões vigentes e que antes foram instaladas cercas de arame farpado em rolos, mas que surtiram efeito para conter as fugas da unidade. “Em paralelo à instalação da cerca elétrica, estamos intensificando o trabalho de recaptura dos que fugiram e já conseguimos colocar, de volta, 18 dos 20 que fugiram. Estamos no encalço dos dois que faltam serem presos”, frisou.
Para Nascimento, este trabalho já reflete nas manchetes policiais dos jornais locais, onde há um bom tempo não se noticia fugas. “Já há uma mudança. Aquele preso que fugia e praticava assalto, não o acontece mais, e o reflexo disso é a segurança da sociedade”, frisou ao ressaltar o trabalho feito, em parceria, que resultou no reforço na segurança externa da Pamc, com rondas da Cavalaria, Giro (Grupo de Intervenção Rápida e Ostensiva) e viaturas da Força Tática, além de policiamento em, pelo menos, oito guaritas.
“Hoje o sistema está integrado e fazemos um trabalho em parceria entre a Secretaria de Justiça, a Secretaria de Segurança e polícias Militar e Civil. Isso tem evitado, pelo menos, três tentativas de fuga de presos em pouco mais de dois meses”, frisou.
CÂMARAS – Tão logo os trabalhos da colocação da cerca elétrica sejam concluídos, o secretário informou que a Sejuc iniciará a instalação de 12 câmaras de segurança e monitoramento em setores estratégicos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
“Estas câmeras passarão a monitorar alguns setores por 24 horas, principalmente na carceragem e na Dicap. Toda a movimentação será monitorada, dando mais segurança nas ações realizadas e evitará fugas. Consequentemente, sem as fugas, aumentará a segurança da população”, ressaltou. (R.R)
Secretário afirma que ‘choque de gestão’ fez governo retomar controle do sistema
Medidas administrativas, chamadas de “choque de gestão”, foram adotadas pela nova gestão da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) a fim de retomar o controle do Sistema Prisional de Roraima e, em especial, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), maior unidade prisional de Roraima, com aproximadamente 1.100 detentos.
Segundo o secretário estadual da Justiça e Cidadania, Natanael Nascimento, entre estas medidas adotadas está o corte de regalias de alguns detentos. “Foram medidas duras, mas necessárias para que o Estado mantivesse o controle da Penitenciária”, afirmou. Entre as medidas apresentadas, destacam-se a proibição de visitas adentrarem o presídio desde o dia anterior e a implantação do uso de detectores de metais e cães farejadores, em parceria com a Polícia Civil, na revista das visitas aos detentos.
“Isso facilitou o trabalho dos agentes quanto à entrada de drogas, celulares e chips, e agilizou a entrada dos familiares, que, muitas vezes, chegavam pela manhã e no início da tarde ainda não tinham conseguido entrar”, disse. “Neste caso, as famílias também estavam sendo penalizadas e isso não estava correto, mas já conseguimos controlar”.
Nascimento ressaltou quanto ao dever de manter o ciclo no sistema prisional e que dever ser cumprido à risca: A polícia prende, a Justiça condena e o detento deve ser mantido preso na penitenciária até cumprir sua pena. “Isto não estava acontecendo. O infrator era conduzido para o sistema prisional e parte desse pessoal estava fugindo e o ciclo não estava se completando. A polícia prendia, o infrator era levado para o sistema.
Em muitos casos a Justiça condenava, mas esse elemento fugia, ia embora. Mas estamos acabando com isso e o ciclo será fechado”, frisou. (R.R)