Cultura

'Diálogo honesto com médico pode evitar problemas sexuais', ressalta especialista

Mesmo com maior acesso a tratamentos e informações, os distúrbios do sexo ainda são hoje muito comuns para homens e mulheres que possuem Diabetes. Muitos deles têm relação com aspectos psicológicos, de saúde e estilo de vida, relacionados com alguns problemas da vida moderna.

De acordo com o médico César Penna, especialista em Endocrinologia e Metabologia, qualquer pessoa pode passar por eles. “Muitas vezes somos influenciados por uma imagem vendida pela mídia que é irreal. Hoje, já existe uma série de soluções para vários desses problemas, mas é preciso haver um diálogo franco com o médico”, reforça.

O mais importante é manter os níveis de glicose controlados e para isso, o paciente precisa conhecer o tratamento, conhecer as reações do seu corpo com relação aos medicamentos, alimentos e atividade física.

“A melhor forma de prevenção e tratamento é conversar com seu médico, para entender as causas e identificar as melhores medidas. A solução pode ser bem simples, como o uso de um lubrificante, ou demandar um acompanhamento maior. Mas não fique adiando a conversa com o especialista. Nem a sua felicidade”, ressalta Penna.

Conheça alguns dos sintomas:

Disfunção erétil

A disfunção erétil (DE) é definida como incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção satisfatória para a atividade sexual. “Apesar de ser muito comum entre a maioria dos homens em algum momento da vida, a disfunção atinge com uma frequência maior as pessoas com diabetes – e pode manifestar-se 5 a 10 anos mais cedo”, explica o médico.

Segundo ele, estudos apontaram que 50% dos homens relatarão algum episódio nos seis primeiros meses após o diagnóstico de diabetes. Mesmo assim, a DE pode ser bem controlada em quase todos os homens portadores da doença.

A idade

De acordo com Associação Americana de Diabetes, pelo menos a metade dos homens com mais de 50 anos que tem diabetes desenvolvem a DE, o mau controle da glicose, o tabagismo, a pressão alta e o colesterol sem tratamento, além das alterações nas taxas hormonais são fatores de risco.

Problemas de Ejaculação

Distúrbios na ejaculação é um problema sexual comum em homens com diabetes, atingindo de 32 a 67% dessa população. “Homens com diabetes que enfrentam essa questão e têm alguma preocupação com a fertilidade devem buscar orientação com os profissionais de saúde capacitados”, reforça o especialista.

Por que acontece e o que fazer?

O diabetes sem controle causa danos às paredes dos vasos sanguíneos, que afetam a circulação e o fluxo de sangue para o pênis. Além disso, danos aos nervos, como vimos em neuropatia diabética podem prejudicar o processo. Em alguns casos, a DE pode ser um efeito colateral de medicamentos utilizados no tratamento do diabetes.

O primeiro passo para chegar a um diagnóstico é contar ao seu médico, que fará algumas perguntas e exames para identificar a causa. Existem vários tratamentos efetivos para a DE, e é importante que os cônjuges participem das discussões sobre as opções de tratamento.

“Essas opções incluem medicamentos orais, que aumentam o fluxo sanguíneo para o pênis. Eles podem ser usados de forma segura na maioria dos homens com diabetes, mas não são indicados para homens com algumas condições cardíacas específicas. É importante ter orientação e acompanhamento médico para uso seguro e bem indicado dessas medicações.

Há ainda possibilidades como injeções, reposição hormonal, equipamentos mecânicos, implantes e cirurgias, já bem consolidadas na medicina e com bons resultados. Uma parte essencial do tratamento consiste, sempre, em gerenciar a glicemia, a pressão e o colesterol, além de abandonar o cigarro e fazer exercícios regularmente. A saúde sexual é um sinal da sua saúde geral.

E as mulheres?

A disfunção sexual do diabetes também pode afetar as mulheres. Altas taxas de glicose, lesões nos nervos, depressão e propensão a infecções genitais são alguns dos fatores que podem afetar a vida sexual da mulher com diabetes.

Fique atenta aos sinais:

• Falta de interesse em sexo;
• Secura vaginal;
• Desconforto durante a relação sexual;
• Dificuldade maior em chegar ao orgasmo.