Sem realizar abates desde o dia 18 de setembro, o Governo do Estado esperava reabrir o Matadouro Frigorífico e Industrial de Roraima (Mafir) ontem, 9, mas foi impedido por conta do entrave documental envolvendo a Superintendência Federal de Agricultura (SFA) em Roraima, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que ainda não permitiu que a Agência de Defesa Agropecuária (Aderr) regule o funcionamento da unidade.
A Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima) informou que vai ingressar esta semana com mandado de segurança para migração do Selo de Inspeção Federal (SIF) para o Selo de Inspeção Estadual (SIE), a fim de obter a liberação do funcionamento do Matadouro.
EXIGÊNCIAS – A recomendação de fechamento por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento exigiu que o Governo do Estado cumprisse uma lista de exigências contendo 54 itens para readequação do Mafir, sendo 40 itens relacionados à reforma e manutenção do prédio.
O Governo informou que o Mafir já se encontra apto para operação e que as reformas das áreas consideradas críticas – como a sala de abate, câmaras de refrigeração da carne e a área de couro, além dos serviços de pintura, manutenção dos equipamentos, dedetização e limpeza – já estão em andamento.
As melhorias informadas pelo governo, no entanto, foram negadas pelo superintendente da SFA em Roraima, Plácido Alves. À Folha, ele afirmou haver risco iminente de contaminação da carne no Mafir. “O melhor seria eles se adequarem para que a população não corra risco. É uma questão de saúde pública e não é uma decisão judicial que vai livrar a população de risco iminente de contaminação”, disse.
Segundo ele, o órgão já deu entrada para a transferência do selo, mas o Mafir não deve ser reaberto enquanto as melhorias não forem feitas. “Só migrando não vai resolver o problema. O regulamento é o mesmo. Nenhum médico sanitário vai botar a assinatura dele sem estar tudo certo. Hoje ainda não foi feito nada em relação às inconformidades e interdição”, afirmou.
O superintendente informou que foi produzido um relatório robusto com mais de 150 documentos que comprovam a impossibilidade de abates no Mafir. “Chegou a um ponto que se deteriorou tanto que o fiscal foi obrigado a produzir o relatório porque sabia que a saúde pública estava em risco. O magistrado que tomar a decisão de abrir o matadouro vai ter que ouvir o outro lado. Temos documento e fartas provas do que encaminhamos”, frisou. (L.G.C)