Cultura

Rotary Roraima faz campanha contra o fim da pólio no mundo

Uma das mais terríveis doenças ainda existentes no Planeta, a poliomielite pode estar com os dias contados. O trabalho incessante de organizações governamentais e não-governamentais conseguiu reduzir a quantidade anual de afetados pela pólio de 350 mil em 1985 para apenas 11 casos, neste ano, registrados até o dia 13 passado. Sem comemorar vitória antecipada, entidades como o Rotary International preferem intensificar as campanhas de vacinação por todos os quadrantes até garantir o resultado definitivo. O comando de campanha repete o mantra: “Enquanto houver um caso, vacinar é a única forma de impedir a proliferação da doença”.

A ONU escolheu 24 de outubro como o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Em todos os países ocorrem ações dedicadas à conscientização da população sobre o perigo da moléstia. Em Roraima, o Rotary Club de Boa Vista-Caçari tem sido esteio do trabalho desde a sua fundação. Com quase 20 mil dólares doados pelos rotarianos locais e participação ativa nas campanhas, este ano o Rotary programou eventos externos, onde mostrará ao público trabalhos realizados em anos anteriores e os cuidados recomendados a quem tem crianças na faixa etária alvo da doença. No final de semana, um grande evento foi feito no Shopping Pátio Roraima para conscientizar as famílias sobre a poliomielite.

A presidente Ivete Bragato ressalta a importância em jamais baixar a guarda: “Falta muito pouco para erradicarmos a pólio definitivamente. Se mantivermos o nível de vacinação, alcançaremos a meta final em breve”, sentencia a dirigente rotária.

ROTARY – O Rotary entrou na campanha em 1985, ao aceitar o desafio da Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão vinculado às Nações Unidas (ONU), de financiar parte da estrutura e aquisição de vacinas contra a doença, com o aporte de 120 milhões de dólares. Na época, o Brasil recebeu seis milhões de dólares do valor total.

Com a ajuda dos rotarianos espalhados no mundo todo e sucessivas doações – hoje o valor doado pelo Rotary passa de 1,1 bilhão de dólares –, o cenário mudou completamente. No Brasil, onde as campanhas nacionais tiveram apoio maciço da população, a cobertura chegou a mais de 90% do público-alvo – crianças entre zero e cinco anos. O último caso registrado ocorreu em 1989, na cidade de Souza, na Paraíba.

Somente três países acusaram casos de pólio nos últimos anos: Paquistão, Afeganistão e Nigéria. No país africano, 2015 parecia ser o fim da doença no continente. Nenhum caso ocorreu naquele ano. Porém, a falta de vacinação em regiões dominadas pela guerrilha do Boko Haram abriu espaço para mais quatro casos em 2016. Em 2017, nenhum caso foi apontado até o momento.