Diante do não cumprimento das medidas previstas no acordo fechado junto ao Governo Federal em maio de 2016, os auditores fiscais da Receita Federal de todo o país paralisam suas atividades por 24horas hoje, 25, considerado o Dia Nacional do Alerta. As reivindicações giram em torno de questões de salários e pautas não remuneratórias que abrangem atribuições e definições do cargo, como o reconhecimento da autoridade.
O auditor fiscal da Receita, Isaac Campos, explicou que, após ter se materializado no Projeto de Lei 5864, o acordo passou por problemas no âmbito do Legislativo por conta de deturpações. Para tentar resolver o problema, o governo editou a Medida Provisória 765, mas direcionada aos moldes que os auditores haviam pleiteado, sendo o principal a base de cálculos do bônus de eficiência da carreira tributária aduaneira, que é composta de auditores e analistas, e as progressões dentro das carreiras.
Este ano, duas progressões foram realizadas junto aos profissionais, uma em março e outra em setembro. Incluído na de setembro, Campos destacou que a progressão foi revogada por ato do Ministério do Planejamento.
“Informaram que não havia lastro jurídico e que a progressão estava ocorrendo com base no decreto anterior, mas pela lei teríamos direito a progressão”, disse. Diante do caso, o governo prometeu que o problema seria resolvido, bem como a base de cálculo, até o dia 31 de outubro.
No entanto, por várias vezes a União não tem cumprido acordo quanto às datas e, por conta disto, os auditores resolveram fazer o Dia Nacional do Alerta para mostrar a vontade da categoria de acirrar ainda mais o movimento no caso de outro descumprimento. Com a duração de 24horas, os auditores em Roraima vão se reunir para debater a situação, junto ao delegado e o adjunto, respeitando os 30% dos serviços essenciais que devem permanecer em funcionamento.
O auditor frisou que estão excluídos da porcentagem as demandas judicias, os processos que estão em decadência tributária, ou seja, que devem ser cobrados ainda este ano, e no caso das aduanas, o despacho de medicamento e produtos perecíveis, a fim de que a população não seja prejudicada. No caso do descumprimento, Campos relatou que o movimento vai realizar novos atos em novembro, com greves por mais dias.
EFETIVO – Ao todo, Roraima conta com 24 auditores fiscais, sendo 15 na delegacia da Receita, cinco na inspetoria do Município de Pacaraima, que faz fronteira com a Venezuela, localizado a cerca de 200 quilômetros da capital, na região Norte do Estado, e quatro na inspetoria de Bonfim, município que faz fronteira com a República Cooperativa da Guiana, a cerca de 125 quilômetros de Boa Vista, região Leste. (A.G.G)