Imagem de Nossa Senhora de Nazaré é destruída na cidade de Normandia

A imagem de Nossa Senhora de Nazaré que ficava na Serra do Cruzeiro, no Município de Normandia, região leste de Roraima, foi quebrada por vândalos no final de semana passado. A gruta de pedra que protegia a estátua foi arrombada e a imagem da santa quebrada em vários pedaços. Fiéis católicos da comunidade acreditam que o ato pode ter sido motivado por fanatismo religioso.

Conforme a Paróquia daquele município, responsável pela gruta, a imagem foi destruída no sábado, 28, menos de um mês após ter sido restaurada por fiéis com o apoio da Prefeitura. “Alguém ou um grupo de pessoas arrancou a grade e quebrou a imagem. É uma falta de respeito e de tolerância com a religião alheia. Quem não gosta deveria ao menos respeitar”, disse o morador Joeldson Habert.

A gruta com a imagem da santa foi construída no final da década de 70 e se tornou um dos pontos turísticos do município. “Eu participei desde a época da primeira Via Sacra [caminhada], quando fomos para o alto da serra com um grupo e os padres. A gruta foi colocada com a imagem de Nossa Senhora para fazermos nossas orações”, lembrou a moradora Nádia Carvalho, que também é membro da paróquia.

De lá para cá, no entanto, várias ocorrências de vandalismo foram registradas. “O local ficou abandonado por certo período e, quando foi agora, nós resolvemos reformar e reativar a capelinha. Levamos uma imagem nova, colocamos uma grade, mas, no final de semana, não a encontramos mais. Arrancaram, depredaram e desapareceram com a imagem, encontramos apenas alguns pedaços”, relatou Nádia.

Inconformados com a situação, o grupo decidiu procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência a fim de tentar encontrar os suspeitos que depredaram a estátua de Nossa Senhora. “Não durou nem um mês e, por ser aberto, não temos como comprovar quem tenha feito. Não é a primeira vez e até mesmo por isso procuramos a polícia”, disse.

Apesar dos inúmeros atos de vandalismo, Nádia afirmou que os fiéis pretendem novamente colocar uma nova imagem na gruta e reforçar a segurança. “O padre responsável pela igreja ajudou a gente a organizar para subir novamente. Nós nunca desistimos, queremos fazer algo mais resistente para evitar que as pessoas depredem novamente e tentar conscientizar a população, porque é o mais importante”, frisou.

O crime de discriminação religiosa e vilipêndio às imagens pode resultar em pena de um a três anos de prisão. (L.G.C)