Política

Federal cumpre mandados de busca e condução coercitiva em municípios

Agentes da PF estiveram em Alto Alegre, Cantá, Rorainópolis e Normandia em busca de documentos, ex-servidores e ex-secretários

A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta segunda-feira (27), mandados de busca e apreensão em Boa Vista, e de condução coercitiva em vários municípios de Roraima. Alto Alegre, Cantá, Rorainópolis e Normandia foram alguns dos municípios que registraram a presença dos policiais em busca de documentos e ex-servidores públicos de Comissão Permanente de Licitação (CPL), além de ex-secretários de Saúde e contadores que trabalhavam para esses municípios.

A investigação é por conta de processos licitatórios envolvendo dinheiro federal para a área de Saúde e seria referente à suspeita de irregularidades ocorridas na Prefeitura de Cantá, em 2015. Uma das empresas que está sendo investigada prestava serviços para as prefeituras de Cantá, Alto Alegre e Rorainópolis.

Durante as investigações foram encontradas cópias de documentos da Prefeitura de Alto Alegre com um dos responsáveis pela empresa, o que levou à condução do ex-prefeito do Alto Alegre, José de Arimatéia, para prestar depoimento na sede da PF.

A Folha procurou a Polícia Federal, que informou que não vai se pronunciar sobre a operação que corre em sigilo judicial.

Ex-prefeito afirma que não foi preso e que é apenas testemunha

Após ser levado coercitivamente para prestar depoimento como testemunha da investigação, o ex-prefeito da cidade de Alto Alegre, José de Arimatéia, mais conhecido como “Teca do PT”, enviou nota para a Folha. Ele esclareceu que em nenhum momento esteve preso em função da operação deflagrada pela Polícia Federal, conforme havia sido veiculado.

Teca disse que foi conduzido coercitivamente juntamente com outros ex-secretários e servidores da Prefeitura de Alto Alegre para prestar esclarecimentos enquanto testemunha. Segundo ele, as cópias dos documentos encontrados são anteriores à investigação iniciada na sede da Prefeitura de Cantá e não possuem qualquer vínculo de possível irregularidade cometida pela empresa.

“Tínhamos um contrato de assessoria com uma das empresas. Logo após o início das investigações, a juíza responsável pelo caso comunicou para que as prefeituras não tivessem mais nenhum contato com as empresas investigadas. Imediatamente, seguindo a recomendação, cancelamos o contrato. Desta forma, as cópias dos documentos são de datas anteriores à recomendação judicial”, disse o ex-prefeito.

Na opinião dele, não havia a necessidade de uma convocação para ser testemunha de um processo por via coercitiva tendo em vista que possui endereço fixo e seu local de trabalho é de conhecimento público. “Estou sempre à disposição da Justiça para prestar qualquer tipo de esclarecimento, só preciso ser comunicado previamente para me fazer presente”, afirmou.

Por fim, ele disse que lamenta a divulgação das informações distorcidas e inverídicas para a população. “Fui dar meu depoimento como testemunha e tirar as dúvidas que pairavam sobre as cópias dos documentos encontrados no escritório de uma das empresas, algo normal tendo em vista que havia o contrato formal de prestação de serviço e que, posteriormente, por orientação judicial, foi cancelado. Apenas isso”.