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Exposição mostra os primeiros registros fotográficos feitos na Amazônia

Maurício Zouein apresenta palestra sobre ‘A identidade imagética da Amazônia construída entre os séculos XIX e XX’

Os primeiros registros fotográficos da Amazônia serão expostos a partir desta quarta-feira (29), no Auditório Alexandre Borges da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a partir das 18 horas. Na ocasião, o professor de Comunicação Social da Universidade, Maurício Zouein apresenta banners de pesquisa e palestra sobre ‘A identidade imagética da Amazônia construída entre os séculos XIX e XX.

A exposição, que é gratuita, reproduz um conjunto de fotografias que foram feitas entre 1865 e 1904 pelos fotógrafos George Huebner, Henri Coudreaux, Albert Frish e Walter Hunnewell, onde hoje são os estados de Roraima, Amazonas, Acre, Pará e Amapá.

George Huebner dirigiu o maior estúdio de Manaus entre o fim do século XIX e início do século XX, período do auge do ciclo da borracha na região. Enquanto Henri Coudreaux fez um percurso pela Guiana Francesa, Amapá e Amazonas, passando a maior parte do tempo no Pará.

Além deles, a exposição conta com fotografias do Albert Frisch que registrou na região do Alto Amazonas em torno de 1865, quando lá esteve em companhia do engenheiro, fotógrafo e desenhista Franz Keller-Leuzinger (1835-1890).

Ele foi o primeiro a registrar aspectos da paisagem, da fauna e da flora locais, fotografando ainda pela primeira vez os índios brasileiros e os barqueiros de origem boliviana que atuavam como comerciantes itinerantes nos rios da região.

Houve ainda o trabalho de fotografia antropométrica, em sua maioria de mestiços da região amazônica, realizado em 1865-1866 por Walter Hunnewell em Manaus, a pedido de Louis Agassiz, da Expedição Thayer, hoje arquivados num museu da Universidade de Harvard.

De acordo com o Maurício Zouein, as fotografias apresentam imagens que construíram uma representação do indígena e do não indígena na Amazônia. “As expressões visuais profundas e poéticas, concebidas entre 1865 e 1904 fascinam. Desnudam a dinâmica do civilizar e revelam o olhar, o tempo e a história de um corpo social de uma época. Pelas escolhas das cenas, percebe-se que o fotógrafo se comoveu diante das cores da gente daqueles lugares, dos mistérios míticos, da poranduba se manifestando, da estranha malícia sedutora que habita na verdez amazônica. Na exposição do momento fotografado, a realidade se pôs em desfile. Presunçosa a frente da máquina e do seduzido”, disse.

Serviço
Exposição de Fotografia
Olhares Estrangeiros
Com Maurício Zouein
Local: Auditório Alexandre Borges da UFRR
Hora: 18 horas
Entrada Franca