Chuvas dentro da normalidade. Esta é a previsão da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Ceptec) para os próximos dois meses. Com a chegada do período seco, que se inicia oficialmente hoje, 21, a principal preocupação dos órgãos responsáveis são os focos de queimada.
De outubro para cá, 606 focos foram registrados no Estado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Durante o mesmo período do ano passado, o índice chegou a quase 250. O aumento foi atribuído à quantidade de dias sem chuvas, às altas temperaturas e às queimadas realizadas sem autorização. Em razão do aumento, a Defesa Civil do Estado já iniciou as ações de preparação ao desastre ambiental.
No início do mês passado, uma sala de situação foi montada no quartel do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) para atendimento dos incêndios florestais. A partir daí, as ações começaram a ser planejadas. Na manhã de ontem, 20, três equipes dos Bombeiros foram enviadas aos municípios que registraram o maior número de focos para realizar um diagnóstico da área. São eles: Cantá, Alto Alegre, Caroebe, São Luiz e São João da Baliza.
“Eles foram verificar os recursos disponíveis nos municípios para fornecer o melhor atendimento quando atingirmos o ápice da quantidade de focos de queimada”, informou o chefe da Divisão de Operações Emergenciais, tenente Emerson Lima. Historicamente, janeiro e fevereiro são os meses que registram os maiores número de focos. A máxima até o momento foi constatada em 2009, com 304 registros.
As ações de diagnóstico serão realizadas em todos os municípios do Estado pelas equipes do Corpo de Bombeiros. Até lá, a recomendação principal à população é não realizar queimadas sem autorização. Em caso de necessidade, o produtor ou interessado deve se dirigir à Femarh, localizada na avenida Ville Roy, bairro São Pedro, zona leste da capital.
CALENDÁRIO – O Calendário de Queimadas de 2018 será iniciado a partir do dia 18 de janeiro em Rorainópolis, na região sul de Roraima. Com ele, o produtor fica autorizado a realizar as queimadas. Conforme o tenente Emerson Lima, a partir do momento que o produtor receber a autorização, ele terá 30 dias para efetuar a queimada. “As queimadas que estão acontecendo agora são de forma criminosa, contra a legislação e a Lei de Crimes Ambientais”, disse. Os órgãos vão percorrer de forma itinerante todos os municípios.
CHUVAS – Até o momento, a Femarh constatou que as precipitações do mês de dezembro estão abaixo de 50 milímetros, o que é considerado o normal para o período. Para janeiro, fevereiro e março, as chuvas previstas também estão dentro da normalidade. Mesmo sob influência de uma La Niña de fraca intensidade, o meteorologista Ramón Alves apontou que a região de Roraima não é atingida pelo fenômeno. A previsão é que as chuvas tenham um aumento a partir de fevereiro. (A.G.G)