Durante as confraternizações e festas de fim de ano é frequente a utilização de fogos de artifício. Entre as diversas opções que o mercado oferece, com os mais diferentes sons e cores, há uma característica comum em todas: exigem cuidados. Portanto, comprar os produtos em locais especializados, observar a validade e quantidade de pólvora e seguir as instruções do rótulo são as principais recomendações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMRR).
Além do perigo a quem assiste, a utilização incorreta dos artefatos pode causar queimaduras e, em casos mais graves, mutilação dos dedos e das mãos. Diante do perigo, os cuidados devem começar na hora das compras. Mesmo com poucas lojas em Boa Vista vendendo os fogos, os Bombeiros vistoriam os estabelecimentos para conferir os produtos e realizar credenciamentos, quando necessário.
Cada artefato tem uma classificação própria, calculada conforme a quantidade de pólvora. A partir da quantia, a diretora administrativa da Diretoria de Prevenção e Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros, tenente Danielly Santos, disse que a população já pode ter ideia de qual produto comprar e quem pode vir a utilizar. As categorias A, B e C são as permitidas para o consumidor.
Os fogos classe A com até 20 gramas de nitrato de potássio, conhecidos como estalinhos e traque, podem ser utilizados por crianças a partir de sete anos. A classe B, que envolve os artefatos com potência de um a três tiros, pode ser manuseada por crianças a partir de 12 anos. Para o uso infantil, os fogos não podem ter mais de 25 gramas de nitrato de potássio e é necessária a supervisão de um adulto.
Os artefatos classe C, direcionados apenas para uso adulto, englobam os morteiros e girândolas de até quatro polegadas de estampido. Por lei, os fogos devem ter até, no máximo, seis gramas de nitrato de potássio. Os de classe D, chamados de blaster, são as peças pirotécnicas usadas em espetáculos públicos. Apenas profissionais podem utilizar essa categoria.
No caso de imprevistos ou acidentes que resultem em queimaduras, a orientação é se dirigir a uma unidade de saúde o mais rápido possível. “Não passar nenhum tipo de medicamento ou pomada. Não fechar ou cobrir, porque no hospital eles vão precisar mexer”, relatou a tenente. Em casos mais graves, o 193 deve ser acionado imediatamente.
ACIDENTES – Nos últimos dois anos, nos meses de dezembro e janeiro, 28 pessoas foram atendidas com queimaduras no Pronto Atendimento e Pronto Socorro do Hospital Geral de Roraima (HGR). Contudo, ainda que as celebrações e confraternizações que envolvem os fogos de artifício aconteçam nos meses citados, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que a natureza dos acidentes não é especificada pela unidade. (A.G.G)
“Procura por fogos de artifício se tornou cultural”, diz empresário
Há quase 12 anos no ramo, o empresário Alexandre Gonzada informou que a procura por fogos de artifício se tornou cultural. Por mais que a crise tenha afetado a economia durante o ano, a procura pelos artefatos continua conforme o ano passado e tende a aumentar na véspera do Natal e Ano Novo.
Este ano, buscando atrair a clientela, o empresário montou kits que podem ser utilizados em casa pelos próprios consumidores. Os preços variam de R$ 150,00 a R$ 5 mil. “Já tenho uma clientela cativa. Quem realmente quer procurar os produtos com responsabilidade vem comigo”, disse. (A.G.G)