Aproximadamente 30 toneladas de salsicha estão sendo doadas para famílias carentes na manhã desta sexta-feira (16) na praça do Centro Cívico, no Centro de Boa Vista . A iniciativa, encabeçada por uma empresa do setor faz parte da manifestação contra a restrição da entrada de alimentos brasileiros para a Venezuela pela fronteira em Pacaraima.
Desde às 6h, já se formava uma grande fila e a entrega dos produtos, marcada inicialmente para às 10h, foi antecipada em uma hora devido a grande demanda de pessoas que aguardavam a entrega dos pacotes com as salsichas. No momento em que a entrega foi iniciada, a fila contornava o Palácio Senador Hélio Campos e cerca de 500 pessoas estavam no local.
Entre essas centenas de pessoas estava a dona de casa Sônia dos Santos, que estava no local desde às 7h30 da manhã. “Eu estava no INSS e vim pra cá pra aproveitar porque deixar estragar isso aí é pecado. Tem que dar na mesa dos mais humildes”, conta Sônia.
O aposentado José Freire de Amorim chegou ainda mais cedo à fila, às 6h. “Vou ficar aqui esperando até dar dez horas e chegar a minha vez. O que eles me derem eu levo para a casa”, afirma Amorim.
A manicure Deusimar Mendes estava na fila desde às 5h da manhã também para garantir um dos pacotes de produtos doados pela empresa. “O que derem pra nós vai ser bem vindo. A partir daí a gente vai pra casa para preparar e comer”, conta a manicure.
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Embargo
Desde o início deste mês, os empresários do setor de frios em Roraima alegam que governo venezuelano tem limitado a entrada de alimentos brasileiros como carne, frango e linguiças e passou a permitir apenas a passagem do trigo. De acordo com empresários do setor, a determinação surpreendeu as empresas.
Na última quarta-feira (14), uma manifestação foi realizada em Pacaraima, no interior de Roraima, contra o embargo dos produtos. Em Boa Vista, um grupo de empresários e funcionários levaram caminhões à Praça do Centro Cívico para protestar.
O governador Antonio Denarium (Progressistas) chegou a enviar um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pedir apoio na negociação pelo fim da restrição do governo venezuelano a produtos brasileiros, como carnes, linguiças e salsichas.
Um dos empresários do setor estima que há mais de seis mil toneladas de produtos armazenados e que as cargas que estão na fronteira correm o risco de serem perdidas. A Venezuela é o principal parceiro comercial de Roraima. Segundo levantamento da Fier (Federação das Indústrias do Estado de Roraima), o país vizinho representou 64,6% de participação da exportação roraimense, com mais de 274,9 milhões de dólares investidos.
