Durante essa época do ano é comum cometer alguns excessos. No entanto, no caso de pacientes com problemas cardiovasculares, é necessário ficar de olho na pressão arterial, colesterol e saúde vascular. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 31% das mortes no mundo são causadas por doenças cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC).
“O consumo exagerado de alimentos com alto teor de gordura, a forma de preparo dos pratos tradicionais da ceia de natal, a diminuição do consumo de água, a alteração no ritmo de sono e o aumento na ingestão de bebidas alcoólicas são algumas armadilhas que podem ameaçar a saúde”, explica o Dr. Maurício Hoshino, neurologista e Assistente da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Isso porque as doenças que afetam as veias e artérias são agravadas pelo consumo exagerado de sal, gordura e álcool. Um paciente com problemas circulatórios apresenta perda de elasticidade da parede das artérias, que engrossam e dificultam a passagem do sangue. Associados a isso, os exageros podem causar o aumento da pressão arterial e a formação de placas de gordura dentro dos vasos, o que pode ocasionar problemas como a arteriosclerose, o infarto e, inclusive, o AVC.
Para aproveitar o melhor que essa época tem a oferecer, a palavra-chave é moderação. Consumir tudo aquilo que tem vontade, mas de forma consciente. Além disso, ainda é possível adaptar a preparação dos alimentos e combinar porções de legumes e vegetais.
“É importante lembrar que a prática de atividade física não deve ser totalmente suspensa mesmo no período das férias. Isso porque o exercício age como um regulador direto da pressão arterial e níveis de colesterol”, ressalta o especialista.
O AVC pode ter duas causas: a interrupção do fluxo sanguíneo em uma região veia do cérebro (AVC isquêmico) ou o rompimento de um vaso nessa região (AVC hemorrágico). Independentemente disso, ele acontece repentinamente e causa a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea, causando a morte das células.
“Os sintomas são paralisia, fraqueza, fala arrastada e visão turva. Ao menor sinal de algum deles é necessário agir rapidamente para que o diagnóstico e tratamento correto sejam feitos, evitando sequelas”, alerta Hoshino.
Dependendo do tipo de AVC diagnosticado, o paciente pode precisar passar por cirurgia ou receber medicação. Dentre as terapias disponíveis no Brasil para o tratamento da doença está a rivaroxabana (Xarelto®), um anticoagulante oral que, além de tratar, previne outros episódios.