DESVIO POSTURAL

Junho Verde alerta para conscientização e o diagnóstico da escoliose

O desvio na coluna é um problema que não apresenta sintomas e possui um quadro de evolução rápido. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances de um tratamento eficiente.

A escoliose se apresenta em vários tipos
A escoliose se apresenta em vários tipos

Junho é o mês que marca a conscientização mundial da escoliose. A campanha Junho Verde tem como objetivo chamar atenção para um problema de saúde silencioso que afeta cerca de 2% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A escoliose é uma curvatura anormal da coluna vertebral. Trata-se de um desvio postural devido a rotação das vértebras, acompanhadas de inclinação, normalmente apresenta-se em forma de “C” ou em “S”, prejudicando significativamente a funcionalidade da coluna. 

Casos leves podem não interferir na vida diária do portador, mas em casos graves algumas limitações, assim como dores, podem afetar a qualidade de vida e a realização de atividades normais.

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A escoliose se apresenta em vários tipos, sendo eles:

  • Escoliose congênita (de nascença): É responsável por cerca de 10% dos casos e se origina desde o dia do nascimento, quando ocorre má formação ou divisão das vértebras
  • Escoliose neuromuscular: Surge por sequelas de doenças neurológicas, é o caso, por exemplo, da poliomielite e da paralisia cerebral;
  • Escoliose idiopática: A causa desse tipo não é conhecida. Considera-se a escoliose mais comum. Cada uma apresenta características e níveis de evolução diferentes.
  • Escoliose pós-traumática: Surge a partir de doenças do tecido conjuntivo e ou anomalias cromossômicas.
  • Escoliose Degenerativa do adulto: Quando é causada pela degeneração de discos da coluna vertebral e de suas articulações como resultado, em especial, do avanço da idade.

Alessandra Lima, especialista em coluna e reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manuale, explica que o diagnóstico da anomalia é difícil devido seus sintomas serem silenciosos, mas que há alguns sinais que podem indicar a presença da escoliose.

“Por ser uma alteração da coluna silenciosa, a escoliose torna-se de difícil diagnóstico, o que contribui para sua evolução. Podemos detectar por alguns sinais como assimetrias nos ombros, nas cinturas, diferença de altura nos quadris ou até mesmo nos membros podem ser sugestivos da presença de escoliose”, explicou.

Porém existem grupos mais suscetíveis ao diagnóstico da anomalia. A escoliose idiopática, por exemplo, é o tipo que acomete mais o sexo feminino. A proporção, segundo Alessandra, é que a cada 7 meninas com diagnóstico deste tipo para 1 menino.

Alessandra Lima é especialista em coluna e reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manuale

Por ser uma alteração na coluna onde apresenta curvas não fisiológicas, ela é progressiva e apresenta uma evolução rápida. Alessandra alerta que se diagnosticado tardiamente, o tratamento pode ser limitado.

O diagnóstico pode ser feito através do teste de Adams e exame de imagem. Alessandra pontua que é importante se atentar aos sinais e realizar exames de prevenção para que não haja complicações. 

“As complicações da escoliose são as consequências que deixaram de afetar apenas a coluna, interferindo na capacidade pulmonar, problemas cardíacos, na questão da autoestima devido a parte estética ter sido altamente afetada, bem como, dores fortes decorrentes do desgaste e artrose secundária”, alertou.

Ela ainda orienta que caso esteja em busca de ajuda, o primeiro contato é com o médico ortopedista, pediatra e fisioterapeuta especialista em coluna. O tratamento é realizado com o fisioterapeuta especializado em coluna e deve ser prescrito de acordo com a magnitude e gravidade da curva da escoliose.

“Um diagnóstico precoce e correto, associado com tratamento específico permite o controle da progressão da curva escoliótica e da estética, dando uma melhor qualidade de vida seja para criança, adolescente ou adulto”, finalizou.