Dia Mundial do Refugiado

Venezuelanos e cubanos lideram pedidos de refúgio no Brasil

O documento também destaca que os sul-americanos são os que mais se registram no país, sendo a maior parte deles (8 mil) advindos da Venezuela.

Aduana na cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil
Aduana na cidade venezuelana de Santa Elena de Uairén, na fronteira com o Brasil (Foto: Nilzete Franco/Arquivo FolhaBV)

As nacionalidades venezuelana e cubana foram as que mais ingressaram com solicitação de refúgio no Brasil. Segundo dados do informativo mensal da OBMigra (Observatório das Migrações Internacionais), até abril, cerca de 2,2 mil venezuelanos fizeram a solicitação neste ano, enquanto de cubanos foram mil.

O documento também destaca que os sul-americanos são os que mais se registram no país, sendo a maior parte deles (8 mil) advindos da Venezuela. Entres os países também estão Colômbia, Bolívia, Paraguai, Haiti, Peru, Argentina e o Uruguai.

Vale ressaltar que desde 2017, o país registra alta na emigração (entrada) e solicitações de refúgio principalmente devido à migração venezuelana pelo estado de Roraima. A região norte, até 2021, era a principal porta de entrada com 67% das solicitações de refúgio. Neste mesmo ano, foram mais de 22 mil pedidos da população.

Migração venezuelana

Segundo a PF, de 2017 a junho de 2022, mais de 763 mil venezuelanos entraram no País. (Foto: Arquivo FolhaBV)

Os venezuelanos deixaram seu país a partir do momento que a crise política, econômica e social se agravou na Venezuela. Por falta de alimentação e remédios, eles migraram em busca dos itens básicos para viver.

O Brasil não foi o único país a recebê-los. Na verdade se encontra como o quinto país de procura dos venezuelanos. No entanto, é o país que, desde a entrada dos vizinhos, os governos estadual e federal realizaram ações de controle e ordenamento do grande fluxo na fronteira em Pacaraima.

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Em fevereiro de 2018, o governo federal criou a Operação Acolhida (Opa). “Uma grande força-tarefa humanitária com apoio de entes federativos, agências da ONU, organismos internacionais, organizações da sociedade civil e entidades privadas, totalizando mais de 100 parceiros, para assistência emergencial”, explica.

Acolhimento e Interiorização

O atendimento ao fluxo começa nas estruturas montadas para assegurar a recepção, identificação, fiscalização sanitária, imunização, regularização migratória e triagem de todos quem vêm do país vizinho, ainda em Pacaraima. Depois os migrantes e refugiados que solicitaram interiorização são alocados nas casas de acolhida, entre os diversos abrigos em Boa Vista. Atualmente a capital tem 9 abrigos, e, em Pacaraima, um abrigo para casos específicos de mães-solo, idosos e crianças.

No mesmo ano a Opa iniciou a interiorização dos migrantes e refugiados como estratégia para diminuir a pressão sobre os serviços públicos do estado de Roraima. Somente no final de 2019, o processo de interiorização ficou mais intenso. No entanto, durante a pandemia em 2020, a redução de migrantes interiorizados caiu pela metade.

Conforme o governo federal, desde abril de 2018, mais de 84 mil venezuelanos foram interiorizados para 887 municípios brasileiros. Segundo a Polícia Federal, de 2017 até junho de 2022, mais de 763 mil venezuelanos entraram no País e 301 mil solicitaram regularização migratória para buscar oportunidades e melhores condições de vida.