Cotidiano

Economista estima que preço do litro da gasolina chegue a R$ 6,00

Especialista estimou que “efeito cascata” gerado com reajustes consecutivos do combustível devem afetar outros produtos e serviços

O consumidor boa-vistense pode pagar bem mais caro do que já vem pagando atualmente pela gasolina em 2018. Caso a política de manutenção de preço com base no mercado internacional seja mantida pela Petrobras, o economista Raimundo Keller estima que o valor do litro do combustível chegue a R$ 6,00 em 2018.

Desde a semana passada, quem depende de carro ou moto para se locomover está pagando, em média, R$ 4,15 pelo litro da gasolina na Capital. Em alguns locais, o valor já subiu para R$ 4,30. Foi o 12º aumento consecutivo apenas em 2017, que teve reajuste acumulado em mais de 30% no preço do combustível.

O aumento nos impostos cobrados sobre combustíveis não deve afetar apenas a conta paga nos postos de gasolina. Para o economista, a alta nos impostos dos combustíveis tem o poder de influenciar até mesmo os alimentos, principalmente porque diversos produtos e serviços em Roraima são dependentes do frete. “Quase tudo, sobretudo em Roraima, tudo depende do frete. A gasolina é mais cara em alguns postos porque vem do Amazonas e poucos empresários têm condições de trazer o combustível em caminhão próprio”, explicou.

O “efeito cascata” gerado com o aumento da gasolina, conforme o especialista, deve causar impacto direto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). “Por outro lado, teremos um impacto indireto nos produtos de gôndola e até em passagens de ônibus e fretes”, avaliou.

A Petrobras adota a medida de manter o preço da gasolina e todos os derivados com base no preço do barril do petróleo no mercado internacional e essas flutuações ocorrem dando as variações do preço do barril. “A Petrobras não pode mais admitir variações subsidiando o preço para o consumidor, porque saquearam a estatal. Se o governo mantiver a política, o preço da gasolina e de vários outros produtos e serviços deve subir ainda mais”, disse.

Para o economista, a saída para o consumidor é economizar e, no caso da gasolina, tentar comprar o produto sempre à vista. “Aquele que compra no cartão, compra uma gasolina absurdamente cara. Em Roraima talvez tenhamos uma das gasolinas mais caras do Brasil. Ou compra no dinheiro ou vai pagar gasolina muito mais cara se comprar a prazo”, frisou. (L.G.C)