Demora no agendamento de consultas, atrasos no pagamento de servidores, baixo efetivo, falta de medicamento e material hospitalar. Este foi o diagnóstico dado pelo novo secretário estadual de Saúde, Kalil Coelho, sobre os serviços prestados no Hospital Coronel Mota (HCM), após uma inspeção realizada nesta segunda-feira. Ele declarou que algumas medidas serão tomadas em caráter emergencial para solucionar os problemas.
Um dos maiores problemas enfrentados pela população que utiliza os serviços prestados no Coronel Mota é a demora no agendamento de consultas. A longa espera deve-se à falta de funcionários na recepção e até mesmo de médicos. A empresa terceirizada responsável pelo serviço de atendimento não paga o salário dos servidores há cerca de cinco meses.
“No período da manhã, apenas um funcionário trabalha no setor de agendamento e, à tarde, somente dois. Isso acaba gerando filas enormes em frente à unidade. A marcação das consultas, demora ainda mais, devido às constantes quedas de internet e consequentemente do sistema”, disse uma servidora que preferiu não se identificar.
A servidora relatou que muitos médicos tiram férias ao mesmo tempo. “Já chegamos a ter apenas um médico de uma especialidade atendendo na unidade. Os pacientes chegavam a esperar durante meses por uma consulta”, destacou.
Para solucionar o problema, o secretário disse que irá propor uma parceria com os médicos que atendem em clínicas particulares. “Através de um convênio com o Sistema Único de Saúde, pretendemos desafogar a unidade. Os pacientes poderão se dirigir às clínicas onde estes profissionais atendem. Atualmente a população já conta com essa parceria nas consultas com o oftalmologista, mas pretendemos expandir este serviço para as demais especialidades”, explicou.
Em relação aos atrasos no pagamento, Coelho destacou que o problema será solucionado a partir do dia 10. “Encontramos a Secretaria Estadual de Saúde com o caixa praticamente zerado. Estamos trabalhando para reverter esta situação, mas uma coisa é certa: quem trabalhou não irá ficar sem o seu salário”, disse.
Outro problema detectado durante a visita foi a falta de medicamentos e material hospitalar. Coelho destacou que o governo anterior entregou todas as unidades de saúde completamente desabastecidas. “Estamos nos esforçando para suprir pelo menos a falta de remédios. A Sesau fez a aquisição de alguns medicamentos para não prejudicar a população”, disse.
Uma reclamação constante dos servidores da saúde é a falta de material hospitalar. Médicos, enfermeiros e técnicos reclamam da constante falta de luvas, algodão, seringa e equipos de soro. Coelho frisou que todo este material será adquirido. “Encontramos todas as unidades em uma situação precária. Esta é a terceira unidade que visitamos e a situação se repete em todas. Pretendemos reverter este quadro até o final do mês”, afirmou. (I.S)
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