Com o aumento de imigrantes em Roraima e a chegada das férias de fim de ano, casas de câmbio em Boa Vista registram crescimento na troca e compra de moedas estrangeiras e do real. De acordo com cambistas, se comparado ao ano anterior, a alta chega até 65%.
Com a forte recessão na Venezuela, Boa Vista tem sido refúgio para muitas pessoas que, consequentemente, movimentam o mercado de câmbio, além disso, as férias de fim de ano trazem ao Estado mais turistas e também eleva a saída de roraimenses para outras partes do mundo.
Apesar de não ser considerado um momento oportuno por conta da alta do dólar, a moeda estadunidense ainda é a mais procurada. Segundo a assistente administrativo de uma agência de câmbio no Centro da cidade, Ana Karolina Soares, houve um aumento significativo no movimento em relação ao ano anterior. “Eu não sei afirmar com exatidão uma porcentagem, mas nós cremos que o aumento mais que dobrou”, disse.
A grande procura pela moeda americana, principalmente nessa época do ano, fez com que houvesse a falta do dólar. “Por conta desse aumento chegou um período que nós ficamos sem a moeda americana. Nós cremos que isso se dê pela forte imigração e pelo período de férias, que leva os brasileiros para outros países”, analisou a assistente. “Por conta dessa falta, nós estávamos comprando o dólar com valor pouco acima do comercial, consequentemente vendemos por um preço mais caro”, comentou.
Em outra casa de câmbio também no centro da cidade, um encarregado de câmbio afirmou que houve um crescimento de 65% em relação ao ano de 2016. A procura pelo euro e o real também está em alta, mas os índices não superam a compra da moeda americana.
Até ontem, 29, o valor do dólar a preço turístico em Boa Vista custava R$ 3,55 na maioria das agências de câmbio. O euro, considerado a segunda moeda mais procurada, estava no valor de R$ 4,16. O aumento significativo fez com que algumas casas de câmbio se adequassem a grande procura. “Nós tentamos suprir conforme a procura e com o passar do tempo vamos nos adaptando pra atender o cliente”, finalizou Ana Karolina.
EQUILÍBRIO – Para o economista Dorcilio Erick, esse crescimento de compra e venda de moeda estrangeira se dá por conta de viagens ou compras no mercado exterior. “Enquanto houver oferta/disponibilidade da moeda no mercado, não há interferência no preço. Agora se o aumento gerar a falta da moeda, isso faz com que a cotação se eleve”, explicou.
“A nível nacional, o preço do dólar está estabilizado. Nesse período de fim de ano, as agências já se preparam para atender essa demanda. A expectativa é que o preço se mantenha em equilíbrio porque o aumento nesse momento já é esperado pelo mercado”, acrescentou. (E.M)