EXPLICAÇÃO

Jockey Club Roraimense fez parceria fantástica, diz presidente da associação

Fábio Martins, explica o que estaria acontecendo sobre as venda das áreas do JCR no bairro Jóquei Clube.

Fábio Martins mostrou as plantas do projeto do novo Jockey Club Roraimense que está sendo construído a 26 km de Boa Vista. (Foto: reprodução/Projeto)
Fábio Martins mostrou as plantas do projeto do novo Jockey Club Roraimense que está sendo construído a 26 km de Boa Vista. (Foto: reprodução/Projeto)

“A parceria que está sendo feita é um negócio fantástico. Nós vamos ter outra área [de Jockey que] já foi comprada. São 50,7 hectares de terra no Água Boa. Já tem o projeto, pista construída […] coisa de primeiro mundo”, é o que explica o presidente da associação Jockey Club Roraimense (JCR), Fábio Martins, sobre as denúncias de venda das áreas da associação no bairro Jóquei Clube.

No último domingo (25), durante o Agenda da Semana, a médica veterinária, Camila Silveira, e a especialista em três tambores, Kika Santos, relataram os problemas enfrentados no JCR. Entre os apontamentos, destacaram que a má administração do Jockey teria levado à venda de áreas para habitação, de forma irregular, além da degradação do local e trabalho análogo à escravidão.

No entanto, segundo Martins, não houve venda de áreas, mas uma parceria com uma empresa para que a atual área, de 25 hectares, vire lote residencial. Enquanto esta financia o novo projeto de um Jockey Club, já que a associação não tem dinheiro. A parceria estaria firmada desde 2018.

O JCR não teria dinheiro porque não tem aceitado novos associados. Como o clube está interditado desde 2022 e, de acordo com Martins, precisa mudar de local, não faz sentido oferecer os serviços de corrida de cavalo ou vaquejada.

“Dentro da minha presidência, há 20 anos que eu estou lá, não associou ninguém. Há interesse a entidade de pessoas? Claro que sim. Mas qual a finalidade na associação? É ter sócio, receber e prestar serviço. Prestar os benefício para um sócio que paga e contribui, mas ninguém paga nada. […] O Jockey não vai ser bem responsável de associar ninguém numa situação que a gente está. O quê que eu vou oferecer a um sócio na situação que nós estamos? Em disputa judicial. Seria muita irresponsabilidade da entidade deferir pedido de sócio de alguém”, explica.

Fábio é presidente da associação JCR desde 2004. (Foto: Adriele Lima/FolhaBV)

Portanto, o advogado reforçou que as vendas que estariam sendo feitas pelos donos de cocheiras que passam suas benfeitorias para outras pessoas. O que é irregular, aponta o advogado, uma vez que qualquer venda de baias e cocheiras devem ser assinadas pela associação e ele não tem aceitado. Em alguns casos, até tem registrado boletim de ocorrência.

Cuidado do ambiente e trabalho

Por ser uma associação, Fábio Martins explica que a manutenção do local deve ser feita pelos donos das baias. Assim, caberia à essas pessoas regularizarem questões trabalhistas de quem cuidado e trata os cavalos.

No entanto, mesmo o Jockey sendo notificado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), os donos das baias não estariam seguindo as recomendações. O mesmo valeria como motivo para não terem saído do JCR mesmo com a determinação de interdição da Justiça.

Diretoria e autorização

Martins também alega que a última eleição para a mesa diretora da associação teria sido interrompida, mas válida. Isso porque o pedido da segunda chapa não teve registro em cartório, foi entregue fora do prazo previsto em edital, em uma folha de caderno, constando apenas nomes, ocupações e CPFs; e não continha nenhum sócio ou associado devidamente regular com a mensalidade.

“O estatuto do Jockey é muito claro. No artigo 18, 17, fala que quem deixar de contribuir com mais de seis meses [perde a associação. Isso] Sendo sócio, o que não é o caso delas [Camila e Kika], inclusive perde as benfeitorias”, afirma.

Ainda, sobre a autorização dos demais sócios proprietários para a mudança do Jockey Club, o advogado reforçou que foi decidido em assembleia geral, registrada em cartório e com as assinaturas dos demais participantes da diretoria. Sendo assim, passível do novo projeto da associação.

“Está na determinação [sanitária, do Ministério Público de Roraima]. Se fizer uma pesquisa ali no bairro quem quer ter o clube, ninguém quer, é o que desvaloriza aquela área. […] Na maioria das baia vão passar rua, vai derrubar tudo [porque] é rua pública. Aquela principal, a [avenida] Centenário, vai passar direto no meio e vai pegar metade daquelas cocheiras”, destaca.

Novo JCR

Fábio Martins mostrou as plantas do projeto do novo Jockey Club Roraimense que está sendo construído a 26 km de Boa Vista. Segundo ele, são 50,7 hectares, onde haverá pista de corrida, pista de tambores, baias, estacionamento, espaço para show e mais opções para que funcione como uma associação.

Conforme o presidente, a pista já está feita e a empresa, da parceria firmada, tem feito o trabalho novo local. No entanto, falta regularizar a situação energética, assim como finalizar a disputa judicial entre as partes.

A previsão de Martins é de que haja uma inauguração e, até abril de 2024, o clube volte a realizar as corridas de cavalo.

Planta geral do Jockey Club Roraimense na gleba Cauamé. (Imagem: reprodução/Projeto)