Apesar dos problemas em torno do atraso do salário do funcionalismo público, o comércio boa-vistense registrou crescimento superior a 3% nas vendas de final de ano, segundo uma estimativa inicial da Câmara de Dirigentes Lojistas de Boa Vista (CDL-BV).
De acordo com o presidente da entidade, Edson Freitas, a previsão é de que os dados oficiais sejam revelados até o fim desta semana, no entanto, ele adiantou que o segmento de eletrônicos foi o que mais registrou crescimento no ano de 2017. “Em alguns segmentos, como o de eletrônicos, por exemplo, estima-se que o crescimento ficou na casa dos 30% a 40%. Aliás, esse crescimento vem desde a Black Friday, tamanha a aceitação dos consumidores”, afirmou.
Outro fato destacado pelo empresário é que o bom desempenho do comércio no final do ano passado se deu principalmente nas lojas instaladas nos dois shoppings da Capital. “Devido à comodidade e ao número de opções, as demandas dos consumidores se concentraram principalmente nos shoppings da Capital, que não tiveram do que se queixar em 2017”, analisou.
Na contramão dos rendimentos obtidos pelos shoppings, as lojas localizadas nos tradicionais centros comerciais da cidade foram as que mais sofreram com a baixa presença de consumidores nas vendas de Natal e Réveillon.
Na Avenida Jaime Brasil, por exemplo, empresários ouvidos pela Folha relataram que as vendas de final de ano não superaram as expectativas dos mais variados setores. “Nesse final de ano, as vendas não foram ruins, mas ficou bem abaixo do que esperávamos. Creio que por conta desses atrasos de pagamento do setor público, muita gente optou por se policiar antes de gastar”, comentou o gerente de uma loja de vestuários, Leonardo Rodrigues.
A baixa procura dos consumidores também foi sentida pelos comerciantes da Avenida General Ataíde Teive, na zona Oeste. Empresário do segmento de eletrônicos há quase 30 anos, Vianei Aguiar desabafou sobre os problemas que os empreendedores locais passaram ao longo do ano de 2017. “Por incrível que pareça, os clientes iam de loja em loja para pesquisar o preço dos produtos. No Natal, até que as vendas foram boas. Por outro lado, o Ano Novo foi bastante fraco. O empresário daqui já sofre com essa questão de logística, não há uma segurança para investimentos, e ainda há esse atraso no pagamento do salário do funcionalismo público. Infelizmente, tudo isso acaba desestimulando o consumidor”, salientou. (M.L)