HIDROFOBIA

Cães e gatos são os principais trasmissores e devem estar sendo sempre acompanhados

“O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as consequências. (Provérbios 27:12 

A hidrofobia, ou seja, horror a água, também conhecida como raiva é uma enfermidade viral mortal, perigosa e transmitida para os seres humanos pelo contato direto com a saliva de um mamífero infectado pelo vírus Lyssavirus, o qual ataca as células do sistema nervoso, através de mordidas, lambidas ou penetrando em feridas abertas.   

Esse vírus tem predileção pelas células do sistema nervoso constituído de sistema nervoso central (cérebro) e sistema nervoso periférico (nervos). Esses dois sistemas são compostos por células denominadas de neurônios, as quais transmitem impulsos ao cérebro.   

Quando o vírus da raiva entra no corpo de uma pessoa ele se multiplica e passa invadir os nervos periféricos, propagando-se pelos neurotransmissores que são substâncias químicas produzidas pelos neurônios, as quais tem a função de enviar informações ao cérebro e lá chegando provoca um quadro grave de infecção cerebral, espalhando-se por vários órgãos do corpo atingindo também as glândulas salivares. Quanto mais perto da cabeça for o ferimento, menor o tempo do desencadeamento da raiva. Os sinais e sintomas dessa doença só aparecem quando o vírus atinge o cérebro.  

Os primeiros sinais são: mal-estar; febre baixa; dor de cabeça e de garganta; falta de apetite; vômitos e desconforto gastrointestinal; formigamento, ardência ou coceira no local da mordida e da arranhadura; inquietação e ansiedade.  

A inflamação no cérebro provoca e agrava os sintomas neurológicos e cursa com hiperexcitabilidade inclusive sexual; confusão mental; desorientação; agressividade; acessos de fúria; alucinações; crises convulsivas desencadeadas por estímulos táteis, auditivos e visuais; espasmos musculares e dolorosos; produção excessiva de saliva; dificuldade para respirar e engolir; febre; hidrofobia; aerofobia; fotofobia crescente; espasmos violentos quando vê ou tenta beber água; síndrome paralítica generalizada, a qual evolui para coma e morte por parada respiratória.  

Nos ambientes urbanos o cão e o gato são os principais transmissores da raiva humana e por isso devem ser sempre acompanhados por veterinário. São considerados grupos de risco para essa doença: profissionais veterinários, zootécnicos, biólogos, tratadores e, entre outros, adestradores de animais. Nos casos de agressões por cães e gatos, observar o animal por 10 dias a fim de monitorá-los. Seria muito importante que o setor de saúde  do estado e do município, fizesse um trabalho com cães de rua, para serem em seguida levados à adoção.   

Marlene de Andrade  

Médica formada pela UFF  
Título em Medicina do Trabalho/ANANT
Perita em Tráfego/ABRAMET
Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED
Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP
Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL
CRM-RR 339 RQE 341  

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