Chegamos ao meio do ano e com isso inicio a primeira semana de cada mês trazendo discussões, reflexões e conceitos de temas relacionados a economia. Hoje falarei de um assunto que direta ou indiretamente gera muita polêmica de quem entende e até de quem não entende: a Selic!
Passadas 2 semanas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu mais uma vez manter a taxa Selic inalterada. É de praxe veicularem notícias na TV e nos mais variados veículos e perfis – olha que já vi até em perfis de fofoca – à respeito do tema. Mas, o que é a Selic e o que ela impacta na nossa vida? Afinal, você pode até não saber o que é ou para que serve, mas com certeza já leu em algum lugar ou já escutou sobre.
Indo direto ao ponto, a taxa Selic é o principal instrumento de política monetária do Banco Central para controlar a inflação (falarei mais sobre inflação em outras publicações) e é decidida a cada 45 dias pelo Copom, composto por 8 membros da diretoria com direito a voto, presidido pelo presidente do Banco Central (atualmente quem preside é o Roberto Campos Neto).
Na prática e de maneira muito simplista acontece que: quando a inflação projetada está alta, o Copom tende a elevar a meta da taxa Selic. Se a inflação se encontra abaixo da meta, o Copom tende a reduzir a taxa de juros.
Existem outros fatores envolvidos, tanto internos quanto externos, mas você entendendo o parágrafo acima já é “meio caminho andado”.
Agora que você já entendeu que a Selic serve para controlar a inflação. Você deve estar se perguntando: Em que ela vai interferir na minha vida? Eu respondo a você: em tudo que envolver dinheiro.
A Selic é a taxa de juros básicos da economia brasileira, em outras palavras, é o custo do dinheiro.
Custo do dinheiro? Exatamente! Todo dinheiro tem um custo e no caso do nosso Real (R$), a Selic é quem dita esse custo. Em termos práticos, o custo do crédito no mercado tende a ficar melhor para o tomador, logo fica mais barato o Sr. João tomar um financiamento para comprar uma casa, ou do Mercadinho da Dona Maria para expandir a empresa e consequentemente há uma maior movimentação na economia.
Há ainda o impacto da Selic nos investimentos, tanto nos títulos indexados a mesma quanto indiretamente em outras classificações de ativos, mas essa é uma conversa para a semana que vem.
Me despeço esta semana mostrando que você não precisa ser expert no assunto entendendo conceitos mais complexos a respeito do tema, mas definitivamente deve sempre se manter alerta, pois a Selic serve como parâmetro de como o Banco Central tem percebido e agido no controle da inflação. Então a partir de agora tenha um olhar mais crítico quando escutar em algum lugar que a “Selic caiu, subiu ou manteu”, linguajar popular entre os atores do mercado financeiro para nos referirmos as alterações da mesma.
Paulo Benedetti
Bacharel em Administração.
Bacharel em Relações Internacionais.
Sócio e Assessor de Investimentos – InvestSmart, credenciada a XP Investimentos.
Ex-consultor em finanças.
Site: investsmart.com.br/paulo-benedetti/
Instagram:@benedettipaulo.xp
