(09 de julho de 1890 – 2023)
A formação do Território de Roraima está relacionada com a conquista do rio Amazonas e do rio Negro e, posteriormente, à do rio Branco, pela Coroa Portuguesa, a partir de 1700.
Nesse período os portugueses já percorriam o baixo rio Branco, onde presenciavam a existência de roças, sítios e as “feitorias” (locais onde pessoas se reuniam para salgar peixes e carne bovina), que abasteciam as missões jesuíticas no rio Negro, e também notaram a presença de tropas militares e civis de outros países.
Os portugueses organizaram as expedições para expulsar os invasores holandeses, ingleses e em particular os espanhóis, que vinham ao vale do rio Branco com o objetivo de procurar Ouro, assim como capturar índios e fazer negócios com outras nações indígenas, principalmente com os índios do Amazonas.
A Coroa Portuguesa, então, decidiu fortalecer sua presença na região e determinou a construção de um Forte. O local escolhido foi uma área na confluência dos rios Tacutu com Uraricoera e a construção levou três anos (1775 a 1778).
O Forte de São Joaquim do Rio Branco teve como construtor o capitão de engenharia Felipe Sturm, de nacionalidade alemã, a serviço de Portugal. A partir da instalação do Forte, criou-se no entorno vários aldeamentos indígenas e Vilas de militares e civis.
Para tornar efetiva a posse da terra, chegaram em 1725, os primeiros missionários católicos carmelitas, vindos do rio Negro, e estabeleceram diversas missões ao longo do rio Branco a que deram os nomes de Carmo (hoje a cidade de Boa Vista), Santa Maria, São Felipe e Conceição.
Os primeiros aldeamentos indígenas tiveram seus inícios às margens dos rios Uraricoera, Tacutu e Branco, num total de seis núcleos populacionais: Santa Bárbara, Santa Isabel ou São Martinho no rio Branco; São Felipe no rio Tacutu; Santo Antonio, Conceição e Boa Vista no Uraricoera (no trecho onde começa o rio Branco).
Para aumentar a presença brasileira (já que o Brasil havia se tornado independente de Portugal, em 07/09/1822), foi criada a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, através da Lei Nº 92 de 09 de novembro de 1858.
Com o advento da República as antigas províncias deram lugar aos Estados federativos, constituídos de municípios, garantindo-lhes maior autonomia político-administrativa.
Em 09 de julho de 1890, o então governador do Amazonas Augusto Ximenes de Ville Roy, através do decreto nº 49 do Governo do Estado do Amazonas, a fim de dar maior autonomia administrativa à região do rio Branco, criou o município de Boa Vista do Rio Branco, elevando a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo à categoria de município.
No ano de 1926, a vila, distrito sede do município, foi elevada à categoria de cidade e em 1938, ocorreu a simplificação do nome, passando a se denominar Boa Vista, sendo acrescida dos distritos de Caracaraí e Murupu.
Em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, o Presidente Getúlio Vargas decidiu, no dia 13 de setembro daquele ano, transformar, pelo Decreto 5.812, o então Município de Boa Vista do Rio Branco em Território Federal, dando-lhe o nome de “Território Federal do Rio Branco”, o que o tornou em autônomo em relação ao Estado do Amazonas. Tal fato pode-se dizer que foi a emancipação de Boa Vista em relação ao seu antigo tutor, o Amazonas.
No entanto, à época, a “independência” era apenas no aspecto geográfico, faltava a consolidação política-administrativa, o que só ocorreu no dia 20 de junho de 1944, quando da chegada do primeiro governador do Território Federal do Rio Branco, o capitão do Exército Brasileiro, Ene Garcez dos Reis.
Uma das primeiras iniciativas do governador, juntamente com o prefeito Mário Homem de Melo (que veio a convite do capitãorEne Garcez), foi para a implantação do plano urbanístico da cidade, missão esta cumprida pelo engenheiro e urbanista Darcy Aleixo Derenusson, através de sua empresa contratada Rio-Obras Ltda. O projeto urbanístico criou o Centro Cívico e as ruas que dele partiam em forma de leque, como se vê até hoje.
Darcy Aleixo Derenusson (1916-2002) traçou o plano urbanístico de Boa Vista no período de 1944 a 1946, provavelmente inspirado nas cidades de Belo Horizonte e Goiânia. O formato de leque da capital roraimense se destaca pela forma radial.
Darcy Aleixo Derenusson (1916-2002) traçou o plano urbanístico de Boa Vista no período de 1944 a 1946, provavelmente inspirado nas cidades de Belo Horizonte e Goiânia. O formato de leque da capital roraimense se destaca pela forma radial.
Boa Vista, capital do Estado de Roraima, neste dia 09 de Julho, completa 133 anos (1890 – 2023). É uma cidade planejada com ruas largas, avenidas amplas, todas se dirigindo para o centro. A área territorial de Boa Vista é de 5.711,9Km².
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