NO TRAIRÃO

Esposa de vaqueiro acusado de matar desafeto relata ameaças e constrangimento por policiais

Relatos dão conta que policiais militares que atuam na Vila do Trairão, vem constrangendo os familiares e ameaçando a ex-esposa da vítima

Advogado relatou ameaças que a família vem sofrendo (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
Advogado relatou ameaças que a família vem sofrendo (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

O caso da morte de Wanderley de Andrade, de 35 anos, ocorrido em julho deste ano, ainda está causando vários desdobramentos. A ex-esposa de Wanderley relata que desde quando Wanderley teria sido morto por C.T.C., de 42 anos, o atual marido, vem passando por momentos difíceis juntamente com seus familiares.

A família relata que os policiais militares que atuam na Vila do Trairão, vem constrangendo os familiares e ameaçando a ex-esposa da vítima. A família relata que eles estão indo na residéncla da mãe da ex-esposa de Wanderley para buscar informaçóes a respeito do paradeiro dela, que está escondida por causa de ameaças dos familiares do suspeito de matar o ex-marido.

“O que se observa é que esses policiais militares estão fazendo o trabalho de policiais civis. querendo Informações da vítima de qualquer jeito, sem qualquer ordem Judicial. Estão de serviço, atuado como se fossem policiais civis, e quando são acionados pela família da vítima solicitando apoio envolvendo os familiares do assassino. os policiais militares são parciais, e sempre atuando ao lado dos familiares do assassino”, relata o advogado da ex-esposa, Leandro Farias.

O advogado relata ainda que quando os familiares precisam resolver problemas na Vila, os  irmãos são humilhados e constrangidos pelos policiais militares acima identificados. Célio foi preso na última quinta-feira (6), em uma ação integrada entre os agentes da PCRR (Polícia Civil de Roraima), lotados no 5º DP (Distrito Policial) e a equipe da Delegacia de Pacaraima. O homem vinha sendo investigado pelo crime ocorrido no dia 18 de junho deste ano, na localidade do Trairão, município de Amajari.

Wanderley foi casado com a atual esposa de C.T.C., com quem teve três filhos. No dia do crime, ocorria uma festa na localidade do Trairão, onde ambos sem encontraram, mas em momento algum chegaram a se falar ou tiveram qualquer discussão. Testemunhas informaram que Célio tinha bastante ciúmes da mulher com Wanderley e teria se irritado por vê-lo no local.

O estopim foi que a vítima acenou para a ex-cunhada e ele acreditou que teria sido para sua esposa, o que o deixou com muita raiva. O casal saiu da festa e quando a mulher achou que iriam dormir o infrator deixou a casa e voltou para a festa, onde ocorreu o crime. Segundo a Polícia Civil, o acusado se aproximou da vítima e o chamou para conversar, chamando-o para um local mais reservado, onde apontou a arma para sua cabeça e atirou, matando-o no local e fugindo em seguida.

“Ele passou a ameaçar familiares da vítima, inclusive a atual companheira, alegando que iria voltar, a mulher procurou a Polícia Civil e representou por uma Medida Protetiva de Urgência, que foi encaminhado à Justiça e, também representamos por sua prisão preventiva”.

PMRR

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Roraima (PMRR), que informou que as guarnições que atuam no município de Amajari, região do Trairão, foram acionadas no dia 18 de junho de 2023 para atendimento de ocorrência de homicídio contra o senhor Wanderley Andrade, cometido pelo infrator C. T.C., 42. Na ocasião os policiais militares ouviram de testemunhas que o crime foi motivado por “ciúmes”.

No dia 06 de julho, a guarnição foi acionada pela família do infrator (C.T.C.) que informou que terceiros, alegando terem sido autorizados pela mulher do infrator, estariam tentando levar um veículo que estava estacionado na residência sem a devida autorização da proprietária, que seria a mãe de C.T.C.

Os policiais fizeram então as devidas averiguações com o representante da proprietária, que informou que ninguém estava autorizado a retirar o veículo do local, e que a casa pertencia à sua mãe, que havia autorizado que o infrator e sua companheira morassem no local, mas que após a prisão do marido, a mulher havia retirado alguns bens da casa e tomado destino ignorado.

Os policiais então tentaram sem sucesso contatar a mulher, uma vez que a casa estava com a fechadura danificada e com vários pertences espalhados.

A PMRR reitera o compromisso em manter a ordem e resguardar a tranquilidade da população e esclarece que, caso o cidadão se sinta de alguma forma ofendido ou lesado por ações dos membros da Corporação, pode realizar uma denúncia formal na Corregedoria da Polícia Militar, localizada na Avenida Capitão Júlio Bezerra, 673 – Centro, Boa Vista – RR, com atendimento ao público de segunda a sexta-feira das 7h às 13h30.