Cotidiano

Maioria dos pacientes recebidos no HGR deveria ser atendida nos postos de Saúde

Segundo o diretor-geral da Unidade, a grande quantidade de pessoas com viroses, consultas de rotina e solicitação de exames acaba interferindo na prestação de atendimento de pacientes de média e alta complexidade

Ao todo, sete em cada 10 pacientes recebidos nas portas de urgência e emergência do HGR (Hospital Geral de Roraima) deveriam ter tido as demandas atendidas nos postos de saúde, de responsabilidade das prefeituras.  Em 2014, dos 134.116 pacientes atendidos na unidade, 91.291 foram classificados nas cores azul, verde e cinza no Acolhimento com Classificação de Risco, que representam as demandas pouco ou não urgentes.

 

No entanto, o fluxo não tem seguido o padrão preconizado. Cerca de 40% dos atendimentos registrados no Pronto Atendimento Airton Rocha (PAAR) são de pessoas que preenchem a ficha, mas acabam indo embora antes de serem atendidos. Outros 3% se refere a pacientes em quadro não urgente, cuja situação demanda apenas consulta ambulatorial, o que deveria ser feito nos postos de saúde. Outros 24% são casos que exigem atendimento médico, mas podem esperar.

 

O diretor-geral do HGR, Samir Xaud, avaliou que devido à ineficiência do atendimento prestado nos postos de saúde, a população prefere se direcionar aos hospitais, gerando uma sobrecarga nestas unidades.  Ele acrescentou que chegou a essa constatação após conversa com diversos pacientes, que diante da espera que chega a vários dias para agendar uma consulta, preferem procurar os hospitais, onde são atendidos no mesmo dia, seja com consultas de rotina ou exames laboratoriais, ambas demanda prioritária da Atenção Básica.

 

Segundo o diretor, a grande quantidade de atendimentos de pessoas com viroses, atendimentos para consulta de rotina para solicitação de exames e outras demandas não urgentes acaba interferindo negativamente na prestação de atendimento aos pacientes com agravos de média e alta complexidade.  “Se a Atenção Básica fosse eficiente, haveria inúmeros benefícios à população. Teríamos mais leitos disponíveis, o tempo de espera diminuiria, haveria uma redução de custos para o Estado e, de uma maneira geral, poderíamos prestar um atendimento melhor àqueles que realmente precisam de atendimento imediato”, disse.