Professores aprovados no concurso público realizado em 2014 pela Prefeitura de Boa Vista fizeram um protesto na manhã de ontem, 17, em frente à sede da Administração Municipal. Eles cobram a convocação dos aprovados e dizem que, desde o resultado do certame, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura convocou cerca de 40 profissionais, deixando mais de 200 arte-educadores e mil assistentes de alunos esperando.
O concurso para o qual foram aprovados foi prorrogado até outubro deste ano e, no final do ano passado, a Prefeitura de Boa Vista lançou um processo seletivo para contratação de profissionais de educação para suprir a demanda na rede de ensino.
À Folha, a professora Daniele Cardoso disse que sempre reivindicam da Prefeitura de Boa Vista a convocação dos aprovados, tendo em vista a necessidade na rede de ensino. No entanto, a gestão municipal alega não haver necessidade de convocar os aprovados. “Nós não entendemos essa explicação. Eles dizem não haver necessidade, porém fazem processo seletivo a fim de suprir as carências na rede de ensino”, questionou a professora. “Nós sabemos que há essa deficiência na educação em relação ao quantitativo de professores e não é justo fazer um seletivo e não chamar quem foi aprovado em um concurso público e está apto a ocupar o cargo”, acrescentou.
O professor representante dos não convocados, Samuel Rodrigues, contou que eles fazem pesquisas nas escolas e confirmam a carência de profissionais, principalmente de arte. Samuel questiona o seletivo para 388 profissionais de educação, lançado em 2017. “Devido a essa necessidade, no final, eles alocam os professores de outras áreas na disciplina de artes, além disso, sabemos que tem pedagogos dando aula nesta disciplina”, disse.
Durante a manifestação, um grupo de professores foi atendido por uma representante da Prefeitura de Boa Vista. “Nosso intuito era ouvir a prefeita [Teresa Surita], mas, como sempre, nunca é possível”, contou. “A resposta foi a de sempre: de não haver necessidade”, completou.
Samuel disse que, para uma resposta, foram informados que deveriam procurar a Secretaria de Educação. “Nos disseram que temos que nos destinar à Secretaria de Educação, porém nunca nos atendem”, relatou.
Por fim, o professor lamentou a atual situação vivida pelos aprovados, já que estão aptos a ocupar os cargos. “É lamentável. São aprovados esperando ser convocados, mas são negados com a execução de um seletivo. A gestão municipal está indo na contramão da administração pública”, contestou. “Vamos continuar cobrando pra que sejam convocados. Continuar acionando o Ministério Público para pressionar a Prefeitura”, pontuou.
OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) informou que, para o seletivo de 2017, não foram ofertadas vagas para arte-educador. Os professores do concurso de Arte-Educadores serão convocados conforme a necessidade para completar o quadro de 2018.
Com relação ao cargo de assistente de alunos, no último concurso foi estabelecida 418 vagas em lei. Destas, abriram 17 vagas devido exonerações. “Neste caso convocaremos servidores do cadastro de reserva para atingir o número de 418. O Município não pode ultrapassar esse quantitativo previsto em lei”, informou.
“A Secretaria de Educação reforça ainda que, com a grande demanda de venezuelanos, foi necessário fazer o seletivo para dar celeridade ao processo e suprir o atendimento nas escolas da rede municipal de imediato”, concluiu. (E.M)
