SAÚDE ESTADUAL

Sesau diz que recém-nascidos já tinham quadro grave e nega relação de mortes com precária diálise

Sesau disse que se solidariza com a dor dos familiares, declarou que a maternidade estadual possui a estrutura necessária para acolher gestantes e repudiou as informações repercutidas na imprensa local

Fachada da Maternidade provisória (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Fachada da Maternidade provisória (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) negou, na manhã desta quinta-feira (27), que a morte de três recém-nascidos no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth esteja relacionada à falta de diálise ou pelo uso de técnica inadequada do procedimento, e explicou que as internações não foram por quadro de insuficiência renal aguda.

A pasta disse, baseada em prontuários, que os pacientes apresentaram ou já nasceram com quadro de saúde grave, com necessidade de leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), uso de antibiótico de amplo espectro, sedativo, droga vasoativa e ventilação mecânica por necessidade de intubação orotraqueal – procedimento em que um respirador artificial assume a respiração natural.

Na nota (completa ao final da reportagem), a Sesau disse que se solidariza com a dor dos familiares, declarou que a maternidade estadual possui a estrutura necessária para acolher gestantes e repudiou as informações repercutidas na imprensa local, as quais definiu como irresponsáveis, caluniosas e criminosas.

Órgãos de controle, como MPRR (Ministério Público de Roraima) e Conselho Regional de Medicina (CRM-RR) investigam as mortes denunciadas por um médico, que as associou à precarização da diálise na maternidade.

As mortes

Segundo a Sesau, um dos recém-nascidos, cuja família é de Bonfim, no Norte de Roraima, apresentou quadro clínico de bronquiolite viral aguda grave e pneumonia grave. As complicações ocasionaram o surgimento de uma insuficiência respiratória aguda e necessidade de intubação orotraqueal. Ele também apresentou quadro de pneumotórax com necessidade de dreno em tórax à direita, sendo internado para cuidados médicos na UTI neonatal da maternidade.

Outro recém-nascido era filho de uma grávida de Pacaraima, também no Norte do Estado, que não havia realizado consulta pré-natal, com quadro de hipertensão arterial não tratada e diagnóstico de sífilis congênita sem uso adequado de medicações. O bebê nasceu com 26 semanas de gestação, o que é considerado prematuro extremo. Ele precisou de intubação orotraqueal e ventilação mecânica, e evoluiu para quadro clínico de sepse de origem pulmonar, sendo internado na UTI neonatal desde o nascimento.

O terceiro recém-nascido morto era filho de uma gestação gemelar de 32 semanas, que durante procedimento de cesariana apresentou complicações de saúde, sendo necessário manobra de reanimação cardiopulmonar, além de intubação orotraqueal e leito de UTI neonatal, com quadro gravíssimo e instabilidade hemodinâmica.

Confira a nota completa da Sesau

A Secretaria de Saúde vem a público, mais uma vez, lamentar profundamente que a vida de pessoas estejam sendo indevidamente exploradas, em um momento tão delicado e de dor familiar, e repudia as informações propagadas por alguns veículos da imprensa local na quarta-feira, dia 26, que tentam de forma irresponsável, caluniosa e criminosa, vincular o óbito de três recém-nascidos ocorridos no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth ao credenciamento de novas empresas para a realização de serviços de hemodiálise nas unidades hospitalares da Rede Pública Estadual.

Informa ainda que a perda da exclusividade na prestação do serviço terceirizado pela empresa que atualmente possui contrato vigente com a Pasta, que por coincidência tem como sócios proprietários três dos nefrologistas efetivos do Estado, vem gerando situações de desinformação e pânico entre os usuários que recorrem aos serviços do SUS em Roraima.

De antemão, a Sesau esclarece que nenhum dos três óbitos referidos na denúncia foi ocasionado por problemas relacionados ao procedimento de hemodiálise ou possível falta do serviço na Maternidade, uma vez que já deram entrada na unidade com quadro grave de saúde.

Um desses recém-nascidos, procedente do município de Bonfim, apresentou quadro clínico de bronquiolite viral aguda grave e pneumonia grave. Tais complicações ocasionaram o surgimento de uma insuficiência respiratória aguda e necessidade de intubação orotraqueal.

O referido paciente também apresentou ainda quadro de pneumotórax com necessidade de dreno em tórax à direita, sendo internado para cuidados médicos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, da Maternidade.

Outro recém-nascido que também veio a óbito era filho de uma gestante oriunda do município de Pacaraima que não havia realizado consulta Pré-Natal, com quadro de hipertensão arterial não tratada e diagnóstico de sífilis congênita sem uso adequado de medicações.

O paciente nasceu com 26 semanas de gestação, considerado assim recém-nascido prematuro extremo, com necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica, evoluiu para quadro clínico de sepse de origem pulmonar, sendo internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal desde o nascimento.

O terceiro recém-nascido era filho de uma gestação gemelar de 32 semanas, que durante procedimento de cesariana apresentou complicações de saúde, sendo necessário manobra de reanimação cardiopulmonar, além de intubação orotraqueal e leito de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, com quadro gravíssimo e instabilidade hemodinâmica.

Como fica evidenciado nos portuários, nenhum dos óbitos ocorreu por falta ou inexistência de procedimento de diálise, que as internações não se deram por quadro de insuficiência renal aguda, e que os referidos pacientes apresentaram ou já nasceram com quadro de saúde grave, com necessidade de leito de UTI, uso de antibiótico de amplo espectro, sedativo, droga vasoativa, ventilação mecânica por necessidade de intubação orotraqueal. 

É importante ressaltar ainda que os serviços de terapia renal estão sendo realizados normalmente e que a pasta tem trabalhado incansavelmente no sentido de ampliar a capacidade de atendimento e resposta aos usuários do SUS.

A Sesau se solidariza com a dor dos familiares dos recém-nascidos neste momento de dor e pede desculpas por ter que expor a situação em público. A Pasta também vem reforçar que o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth possui toda a estrutura necessária para o acolhimento de pacientes gestantes, oferecendo equipe multiprofissional, medicamentos e insumos, além do serviço de hemodiálise, caso necessário.