Política

Economista diz que 2015 será um ano perdido para o Brasil

Em Roraima, especialista diz que governantes também terão que colocar a casa em ordem e gastar menos

Diante do cenário de dúvidas e incertezas que pairam sobre o rumo da economia do País em 2015, o economista Gilberto Hissa, ouvido pela Folha, afirmou que será, independente da condução da nova política econômica, crucial determinar o reequilíbrio do Brasil. 2015 será um ano perdido.
“Será o ano de ajustes para colocar a casa em ordem e resolver os problemas. O grande desafio da equipe econômica da presidenta Dilma Rousseff é colocar a casa em ordem e assim termos um futuro melhor”, disse. “Mas, se a equipe econômica não conseguir colocar a casa em ordem, o Brasil será mais uma economia de esquerda fracassada na América Latina”, frisou.       
Nesse quadro um pouco sombrio, Hissa destaca que a escolha da nova equipe econômica, com Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda, foi vista como acertada pelo mercado. Ainda mais depois que o novo ministro anunciou um severo ajuste fiscal para este ano, com cortes de gastos e uma meta de superávit primário de 1,2% do PIB para colocar a “casa em ordem”.
“O Joaquim Levy é totalmente divergente da política econômica anterior. Isso é uma coisa positiva, mas a presidente Dilma Rousseff tem que lhe dar autonomia e deixá-lo atuar”, frisou ao ressaltar que a economia do Brasil está estagnada e que deve continuar parada neste ano. “Será um período de ajustes e de superação para o governo e para a classe empresarial”.  
RORAIMA – Quanto à economia de Roraima, Hissa atrelou a realidade local ao acerto da equipe econômica e ao crescimento do restante do Brasil. “Roraima, como unidade federativa, acompanha o crescimento do País. Se o Brasil vai mal, nada vai bem. E o que acontecer no Brasil, logicamente tem que acontecer em Roraima, mas que os governantes também terão que colocar a casa em ordem e gastar menos”, afirmou.
POPULAÇÃO – Quanto à população, Gilberto Hissa orienta que deve ela economizar e ficar atenta aos gastos. “Para a população, a dica é sempre economizar. Não interessa o cenário nacional. As pessoas têm que ter um colchão de poupança para poder enfrentar os períodos ruins, têm que preservar seu emprego e, se for empresário, têm que trabalhar dobrado para superar os momentos de dificuldade da empresa”, frisou.            
Segundo o economista, o sucesso destes ajustes dependerá de pequenas partes dessa engrenagem. Entre elas, as decisões de investimento das empresas, a concessão de crédito pelos bancos e a confiança do consumidor para voltar a injetar dinheiro na economia. “A população está receosa de comprar, já que o cenário atual inspira medo. Com isso, as vendas caem e o empresário terá que ser bastante criativo para superar esse momento”, frisou. (R.R)