Cotidiano

Venezuelanos utilizam abrigo como esconderijo, diz comandante da PM

O Centro de Referência ao Imigrante (CRI) localizado no bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista, está sendo utilizado por alguns venezuelanos como esconderijo após a prática de crimes, como roubos e furtos. É o que afirma o comandante da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Edison Prola.

A situação tem preocupado autoridades de segurança do Estado, que realizaram inclusive reuniões para reforçar as medidas de segurança no abrigo e traçar um plano de inspeção destinado aos estrangeiros que vivem no local.

Conforme o comandante, a Polícia Militar irá realizar um monitoramento dos venezuelanos que estão no abrigo havendo, inclusive, a possibilidade de produzir uma Carteira de Identificação do Abrigado. “Alguns venezuelanos saem, praticam crimes durante o dia e voltam à noite. Começamos a monitorar e a cadastrar as pessoas para que o local não se torne esconderijo de bandido”, afirmou.

Cerca de 500 imigrantes venezuelanos vivem no CRI do Tancredo Neves, segundo a Defesa Civil do Estado. Para permanecer no abrigo o imigrante tem que ser voluntário e atender uma série de normas de convivência como horário das refeições e para dormir.

Mesmo sem apresentar dados, o coronel reconheceu o aumento da criminalidade em Roraima após a chegada dos estrangeiros. “Claro que muitos passam por necessidade, mas dentro desse meio apareceu marginal de Caracas, Puerto Ordaz, Upata, que quando entra pela fronteira não tem como saber se tem passagem pela polícia”, disse.

Conforme Prola, os crimes mais comuns praticados pelos venezuelanos na Capital são roubo e furto de bicicletas e celulares. O comandante afirmou que, nos últimos meses, a PM tem feito a apreensão de pelo menos uma arma de fogo oriunda do país vizinho a cada dois dias. “Não imaginávamos isso no passado. Um dia desses, em uma ocorrência apenas, apreendemos quatro pistolas e dois dias antes uma arma com carregador espiral com capacidade de 50 tiros. Outra coisa que aumentou foi o tráfico de drogas, porque o venezuelano desempregado é cooptado pelo crime e começa a vender drogas ganhando R$ 50,00 por semana, que dá para sustentar uma família no país deles”, destacou.

Prola informou que os bairros mais atingidos pela violência resultante de crimes praticados por venezuelanos são o Caimbé, Tancredo Neves, Asa Branca, Cidade Satélite, Senador Hélio Campos e Sílvio Botelho. “Mas temos visto que se ramificou a atuação”, declarou.

O comandante também citou a cooptação dos estrangeiros pelo crime organizado. “A cooptação desse pessoal pelo crime organizado tem sido grande. As facções criminosas têm procurado nessas pessoas um novo segmento. A atitude não deve ser policial, mas sim do Governo Federal para saber se vai barrar ou controlar a entrada deles”, frisou.

Prola destacou ainda que a contratação de novos policiais por meio de concurso público será fundamental para combater a criminalidade. “Hoje não temos estrutura de governo para acompanhar. Estamos nos projetando abrindo concurso para a PM, porque não vemos tão cedo pela situação da Venezuela que essa situação melhore. Espero que não haja conflito armado, senão a população de Roraima irá dobrar”, pontuou. (L.G.C)