EM BELÉM

Marina Silva revela novas operações em curso para expulsar garimpeiros de terras indígenas

Desde fevereiro, Brasil tem diferentes processos de retirada de invasores de territórios indígenas, como no caso do Yanomami, em Roraima

A ministra Marina Silva durante o Fórum de Lideranças da Terra Yanomami, em julho (Foto: Felipe Werneck/MMA)
A ministra Marina Silva durante o Fórum de Lideranças da Terra Yanomami, em julho (Foto: Felipe Werneck/MMA)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou neste sábado (5), em Belém, que terras indígenas ameaçadas por invasores e atividades como garimpo devem sofrer novas operações para desintrusão dos não indígenas.

Segundo ela, medidas prévias necessárias para iniciar a expulsão estão em curso. Em março, o governo federal prometeu retirar não indígenas de pelo menos seis territórios.

“Quando começa? Existem questões que envolvem inteligência e aspectos de segurança que você não fica falando antecipadamente o dia que vai começar a operação quando você lida com criminosos. Então, esse processo está em curso”, informou ela, que participa do evento Os Diálogos Amazônicos, prévio à Cúpula da Amazônia responsável pela produção de propostas da sociedade civil a serem apresentadas aos presidentes dos países amazônicos participantes da cúpula.   

Desde fevereiro, Brasil tem diferentes processos de retirada de invasores de territórios indígenas, como no caso do Yanomami, em Roraima. Dados recentes do sistema de satélites de monitoramento da Amazônia indicaram que não tem havido o avanço de novos garimpos na localidade após operações que já resultaram em 125 garimpeiros expulsos.

“Agora estamos numa fase muito difícil que é aquela fase em que uma parte [dos invasores] é envolvida com as organizações criminosas”, destacou a ministra, que defendeu a retirada de não indígenas de territórios indígenas mesmo quando não se tratar de pessoas envolvidas com crime.

Conforme ela, usa-se o argumento da questão social para defender a manutenção dessas comunidades. “O que tem que se fazer com as populações que estavam lá é dar um encaminhamento. Mas tem que ficar bem claro que era uma invasão indevida”, afirmou.

Outros territórios, como os dos mundukuru e dos kayapó, ainda seguem sem operações para desintrusão de invasores. As terras indígenas dessas duas etnias estão entre as com maior número de pistas de pouso clandestinas identificadas por levantamento do MapBiomas.

*Com informações da Agência Brasil