O ato do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que assinou a ordem de serviço para a retomada de obras do Linhão de Tucuruí, na sexta-feira passada, 04, em Parintins (AM), foi procedido por antigas práticas dos coronéis da política roraimense: propagandas na imprensa e nas redes sociais se passando por “pais da criança”.
Os políticos são contumazes em se passar por grandes feitores os quais nunca foram, enquanto suas principais práticas são agir por interesses próprios ou de seus grupos. Houve até um parlamentar que divulgou um vídeo tentando desmerecer o governo Lula com imagens falsas e se colocando como o grande feitor de Tucuruí. Soou tão verdadeiro quanto uma nota de R$3,00.
Nesse ínterim, outro parlamentar conseguia emplacar o nome de um cunhado como adjunto de uma recém-criada secretaria estadual, mostrando a verdadeira face da política e que revela que os interesses dos políticos estão bem acima dos interesses para resolver os maiores entraves que impedem o desenvolvimento de Roraima, entre eles a questão energética.
A emblemática questão do Linhão de Tucuruí, com 721Km de extensão entre Manaus e Boa Vista, se arrasta há mais de uma década. A obra foi leiloada há quase 12 anos, ainda no governo de Dilma Rousseff (PT), mas não seguiu em frente devido aos entraves ambientais e indígenas, com o governo e os políticos não querendo reconhecer os direitos indígenas, tentando atropelar o povo Waimiri Atroari.
Mas, em setembro de 2022, esse entrave foi solucionado mediante a assinatura de um acordo na Justiça Federal entre União, Ministério Público Federal (MPF), a concessionária Transnorte Energia e a Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA), que representa os povos indígenas, cujo território será atravessado por 122Km do linhão de Tucuruí.
Na semana seguinte a este acordo, foi publicada uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) reconhecendo o interesse estratégico das obras da linha de transmissão de Tucuruí, que interligará o Estado de Roraima à rede elétrica nacional a partir de Manaus (AM). Era o que faltava para garantir segurança jurídica para o consórcio Eletrobras e Alupar dar início às obras a partir de outubro, o que acabou não ocorrendo.
O fato é que, agora, há garantia real de que as obras irão ser realizadas e que o Estado de Roraima finalmente terá uma energia confiável para começar a construir o seu futuro. Resta ao povo, por sua vez, se livrar dos políticos que vivem na mentira e que historicamente só deram prioridade aos seus próprios interesses e dos seus grupos partidários.
*Colunista