DADOS DO SUS

Mortes por diabétes têm relação com desigualdade social, aponta pesquisa

Estudo aponta subnotificação na Região do norte e maior índice em locais que não possuem Estratégia de Saúde da Família.

Mortes por diabétes têm relação com desigualdade social, aponta pesquisa

Conduzida pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e publicada na Revista Latino-Americana de Enfermagem na sexta-feira (11), a pesquisa mostra que o índice de mortes em decorrências do diabetes no Brasil está atrelado à desigualdade social, com o impacto de fatores como concentração de renda e baixa escolaridade no número de mortes pela doença.

De 2010 a 2020, a taxa de mortalidade por diabetes de brasileiros com até três anos de estudo foi duas vezes maior do que a taxa de mortalidade geral, com 59,53 mortes a cada 100 mil habitantes.

A diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta como o corpo processa o açúcar do sangue. Entre 2010 e 2020, mais de 601 mil óbitos foram observados, conforme registros do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS).

Além dos índices são crescentes em todas as regiões e foi observada grande subnotificação estimada na região Norte (23/100.000 hab.).

Ainda segundo a pesquisa, há mais mortes de mulheres do que em homens, pela doença – 32 contra 27 mortes por 100 mil habitantes. Locais com cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) apresentaram taxas de mortalidade mais altas.

Tal índice é atribuido à falta de informação sobre a doença e carência em políticas públicas para difusão do assunto.

6,7 milhões de mortes causadas pela doença foram registradas em 2021, o que significa uma morte a cada cinco segundos. A Federação Internacional de Diabetes aponta que Brasil abriga o maior número de pessoas com a doença na América Latina e, no mundo, ocupa o quinto lugar.