OPINIÃO

Esclerodermia afeta mais as mulheres

“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, tristeza, choro, dor, pois a antiga ordem já passou". (Apocalipse 22: 4) 

Skleros significa duro e derma, pele, portanto a esclerodermia se caracteriza por fibrose, a qual endurece a pele e também os órgãos internos. Temos que entender que os tecidos do corpo humano unem os órgãos do nosso corpo e se eles enrijecerem todo o organismo fica também endurecido.  

Essa enfermidade acomete mais mulheres do que homens e está relacionada a fatores autoimunes que tem a ver com o mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos. Infelizmente, ainda não se sabe o que desencadeia uma doença autoimune e tem mais: os sintomas variam de acordo com a parte do corpo afetada. Essa doença pode ocorrer em alguns locais em forma de placas ou maneira generalizada, ou seja, sistêmica. 

De acordo com o aspecto, ela é chamada de morféa e se apresenta em formas de manchas ou com aspecto linear. A forma localizada raramente evolui para outros locais. Já na forma sistêmica, a doença agride não só a pele, porém também os pulmõesrinsesôfago, vasos sanguíneos e articulações. 

As primeiras alterações se manifestam pela temperatura denominada fenômeno de Raynaud, quando então as mãos e os pés do paciente ficam muito frios e arroxeados. Isso ocorre porque os vasos sanguíneos se contraem. 

O quadro clínico dessa doença cursa com dor, rigidez nas articulações, aranhas vasculares, feridas nas pontas dos dedos, podendo ocorrer presença de cálcio depositado na pele. 

Quando a esclerodermia é sistêmica, ocorre fibrose em tecidos do corpo, gerando cicatrização dos vasos sanguíneos, coraçãorins, esôfago e pulmões, trazendo ao paciente problemas  de estômago, pulmonares, cardiovasculares e hipertensão arterial. 

Esses sintomas são comuns em várias doenças do tecido conjuntivo e por isso é difícil estabelecer o diagnóstico diferencial, porém o médico pode chegar ao diagnóstico baseado no histórico do paciente, no exame clínico e no exame de sangue, pois assim ele poderá saber se existe a presença de autoanticorpos típicos da doença e que agridem o próprio corpo do paciente, ou seja, se essa doença é autoimune.     

Essa enfermidade não tem cura, porém se for tratada o paciente poderá ter uma qualidade de vida melhor a fim de controlar a evolução dessa moléstia através de um tratamento correto e por isso, quem tem essa doença precisa ser, tratado sempre, por médico.  

Marlene de Andrade 

Médica formada pela UFF 

Título em Medicina do Trabalho/ANAMT 

Perita em Tráfego/ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP 

Experiência em Psiquiatria 

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL 

CRM-RR 339 RQE 341