Polícia

Vítimas devem ter alta até o fim da próxima semana

Caso mais delicado continua sendo de Adelso Sanchez, que teve queimaduras em 25% do corpo

A pequena Adeliannys Daniela Sanches, 3 anos, vítima de uma bomba caseira lançado por um desconhecido na madrugada do dia 8, permanece internada no isolamento do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), o bairro Treze de Setembro, zona Oeste da capital.

De acordo com o último boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), seu estado de saúde é considerado estável. A previsão é de que ela tenha alta daqui a uma semana, pois apesar das queimaduras de segundo grau, não houve a necessidade de realização de procedimento cirúrgico.

Ainda segundo a Semsa, a direção está dando todo o suporte necessário para recuperação da criança. A FolhaWeb tentou contato com a mãe da menina, Yaditza Del Carmen, 24 anos, que também foi vítima do ataque, mas devido a um pedido feito pelo Consulado da Venezuela, toda a equipe do HCSA foi orientada a não permitir o acesso as pacientes, pelo fato de ambas ainda se encontram abaladas com o ocorrido.

Já o estado de saúde pai, Adelso Daniel Sanchez, 23 anos, também é considerado estável. Ele está internado na área verde do Trauma do Hospital Geral de Roraima (HGR), segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

O venezuelano teve queimaduras em 25% do corpo, mas não corre risco de vida. Apesar disso, não foi estipulado quando o paciente terá alta do hospital. “Ainda estamos abalados com o que aconteceu”, declara irmã de Adelso.

O ataque a família de imigrantes venezuelanos chocou a população roraimense, devido à selvageria cometida pelo agressor. O fato ocorreu por volta das 04h25 no bairro Mecejana, zona Oeste da capital. A Polícia Civil segue investigando o caso e acredita estar perto de encontrar o responsável pelo ato.

A casa onde ocorreu o atentado foi cedida por um brasileiro. Por lá, moram 13 pessoas, sendo 07 adultos e 06 crianças. A irmã de Adelson Sanchez, Norelys Sanchez, de 28 anos, contou à reportagem que após o ocorrido, todos os ocupantes do imóvel estão temerosos com a possibilidade de um novo ataque.

“Ainda estamos abalados com o que aconteceu. Eles [Família] estavam dormindo em um colchão e de repente tudo começou a pegar fogo. Ficamos desesperados com aquela cena. Depois disso, não sabemos se vamos permanecer aqui. Temos medo de que esse tipo de coisa possa acontecer novamente”, comentou.

Andando pelos cômodos da casa é possível notar a precariedade do local, que possui apenas a água encanada. Basicamente, segundo a venezuelana, o grupo tem vivido de pequenos serviços, além da solidariedade do povo roraimense.

“Nós fazemos um revezamento para quem vai para a rua atrás de emprego e quem fica para cuidar das crianças. Também fazemos a venda de bananinhas e castanhas, para ver se dá para render algum dinheiro, mas a situação não é pior graças à ajuda das pessoas”, destacou.

Ainda sob efeito do susto, grupo agora tenta se reerguem para conseguir levar a vida adiante. Como grande parte das roupas do casal e da menina foi perdida no incêndio, eles fazem um apelo para quem puder colaborar.

“Infelizmente muita coisa se perdeu no incêndio, então, a gente pede para quem tiver condições de fazer doação roupas que já não usem mais, um colchão, brinquedos para as crianças, que nos ajudem”, pontuou.