Quem pegou a estrada rumo ao Norte do Estado, esta semana, observou que as chamas já começaram a arder nos lavrados roraimenses. Depois que as chuvas começaram a dar uma trégua, as queimadas começaram a se intensificar. É uma situação preocupante, pois as previsões meteorológicas indicam uma seca intensa para os próximos meses.
Como não tivemos um verão intenso nos últimos quatro anos, ainda não sabemos o poder de ação e reação das autoridades, se estão preparadas e mobilizadas nos três níveis de governo. Tempo houve o suficiente para que os órgãos se preparassem e se estruturassem, pois o que historicamente temos visto são bombeiros e brigadistas chegando somente para fazer o rescaldo, depois que o fogo já devastou florestas e lavrados.
O período de quatro anos só de chuvas acabou salvando Roraima, pois desde 2019 o Governo Federal começou a cortar em mais da metade a verba destinada para a contratação de brigadistas e, para piorar, atrasou em dois meses a contratação desses profissionais. Por questões ideológicas, o governo da época também sabotou o Fundo Amazônia, uma importante fonte de recursos para o combate aos incêndios florestais.
O clima foi generoso demais com Roraima ao mandar chuva enquanto o país deu as costas para o combate às queimadas descontroladas e incêndios florestais. Por isso é importante este momento, pois não se trata apenas de verba, mas também de planejamento para que a situação não saia de controle quando o ápice da seca chegar, principalmente a partir de janeiro.
Mas é preciso ligar o alerta logo, uma vez que o fogo já está transformando em cinzas imensas áreas ao longo da RR-203, a principal via que corta todo o Município do Amajari. Nas demais rodovias federais, o cenário da vegetação começa a mudar, mostrando que a estiagem só tem a piorar daqui para frente.
*Colunista
