A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) confirmou o diagnóstico de sarampo em um bebê venezuelano, do sexo feminino, que está internado no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), em Boa Vista. O último caso da doença em Roraima, que era considerada erradicada, havia sido registrado em 2015 em um paciente vindo do Ceará.
A doença foi confirmada após exames realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen). Uma segunda amostra do exame já foi enviada para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para que um alerta seja emitido pelo Ministério da Saúde (MS) em todo o País.
O secretário Estadual de Saúde, Marcelo Batista, e a coordenadora Geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, concederam entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 14, para tratar sobre as ações adotadas pelo Governo do Estado, considerando a confirmação do caso de sarampo e frente a um surto da doença no País vizinho.
O bebê diagnosticado com a doença chegou a Roraima há 20 dias vindo da cidade venezuelana de El Tigre, no Estado de Anzoátegui. Ele veio com a mãe, que está internado no Hospital Geral de Roraima (HGR) com malária; uma tia e dois primos, sendo que um deles também está no Hospital da Criança com Varicela, conhecida popularmente como “catapora”.
“É uma situação que já estávamos alertando por conta da migração venezuelana que poderia ocasionar doenças já erradicadas em Roraima. Como consequência disso tivemos esse diagnóstico de sarampo”, disse o secretário de saúde.
Ao chegar em Boa Vista, a família foi para o Centro de Referência ao Imigrante (CRI) do bairro Tancredo Neves, onde passou apenas alguns dias. Após saírem do abrigo, estavam morando na Praça Capitão Clóvis, localizada no Centro de Boa Vista.
Conforme o secretário, as chances de que outras pessoas tenham contraído a doença são grandes. “A pessoa que deu carona a essa família ainda não foi identificada. Nosso medo é que o sarampo é altamente contagioso e provavelmente o risco de ter mais crianças ou pessoas contaminadas é grande”, afirmou.
Após a confirmação do caso, equipes de saúde do Estado estão realizando, durante esta quarta-feira, uma campanha de vacinação no abrigo do Tancredo Neves, onde vivem atualmente cerca de 600 venezuelanos, na tentativa de fazer um bloqueio da doença. Nesta tarde uma reunião está programada para definir os pontos e dividir as ações entre Estado e município.