POLÍTICA AMBIENTAL

Marina Silva insiste em plano para ampliar áreas de conservação em Roraima

Ministra sustenta a ideia em defesa do desenvolvimento sustentável e da proteção da Terra Indígena Yanomami

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu, em audiência pública da Comissão do Meio Ambiente do Senado, o plano para delimitar novas áreas de conservação equivalentes a quase 300 mil campos de futebol em Roraima. Ela sustenta a ideia em defesa do desenvolvimento sustentável e da proteção da Terra Indígena Yanomami.

Na reunião dessa quarta-feira (23), o braço direito de Marina, o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, esclareceu que o acordo fechado com o Governo de Roraima é de que áreas já habitadas e destinadas para a produção agrícola sejam excluídas do projeto inicial.

O Governo Denarium defende que a União repasse para a responsabilidade do Estado áreas como a da Reserva Extrativista Baixo Rio Branco-Jauaperi – que totalizam em torno de 600 mil hectares (ou 600 mil campos de futebol) – como forma de compensar a perda de áreas produtivas. Mas Marina diz que essa permuta já foi feita no passado.

“Eu vou trabalhar muito, enquanto em vida tiver, pra que um dia todas as autoridades de Roraima e a população de Roraima digam: ‘graças a Deus, que nós não fizemos em Roraima o que fizeram em outras regiões que agora a gente pode usufruir'”, declarou durante a audiência pública em resposta ao senador Chico Rodrigues (PSB), que a questionou sobre o projeto da pasta para o Estado.

Senador Chico Rodrigues exibe as atuais áreas remanescentes de Roraima com demarcações durante audiência pública da Comissão de Meio Ambiente do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A ministra considera que o território yanomami é “um grande patrimônio” de Roraima. “O que nós queremos é pensar saídas criativas, alternativas pra que o Estado tenha um ganho, porque ele tem um PIB [Produto Interno Bruto] altamente relevante. O PIB de vocês é a floresta. E a floresta tem que gerar ganhos pra esse Estado, inclusive pra fazer outros investimentos, porque nós não precisamos ter uma pecuária apenas extensiva, ela pode ser semi-intensiva. Aumento de produção por grande produtividade, não por expansão”, defendeu Marina Silva, que considera Roraima como um “etnoestado”.

Marina Silva também comentou as críticas do governador Antonio Denarium (Progressistas) por Roraima ter quase metade de seu território demarcado para indígenas. “O povo indígena também é o seu povo. As terras indígenas também são do seu Estado. O que nós temos é que trabalhar pra que essa vantagem comparativa se transforme naquilo que já é uma vantagem distributiva, que ajuda equilibrar nosso País e o planeta”, declarou.