Eliminar fontes de carboidratos – pães, massas e afins – da rotina está na moda. Discussões à parte sobre o efeito disso na perda de peso, um novo estudo dá motivos para grávidas ou mulheres que estão planejando engravidar não seguirem a tal dieta low carb.
Segundo os pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill (EUA), esse padrão alimentar aumenta o risco de o feto apresentar defeitos no tubo neural, o que pode levar a incapacidades para o resto da vida e até mesmo à morte. Na pesquisa, foram analisadas 11 285 gestações ocorridas entre 1998 e 2011.
“Nós já sabíamos que a dieta da mulher antes e durante a gravidez tem papel importante no desenvolvimento do feto. A novidade é a sugestão de que uma dieta com pouco carboidrato pode aumentar o risco de o bebê ter defeitos no tubo neural em 30%”, informou a pesquisadora Tania Desrosiers, ao site da instituição. “Isso é preocupante, especialmente porque as dietas low carb são populares”, acrescentou.
Para a cientista, esses achados demonstram a importância de a mulher, ao engravidar, conversar com profissionais de saúde sobre qualquer dieta ou hábito alimentar.
O tal do ácido fólico
Trata-se do nutriente essencial para garantir o bom desenvolvimento do tubo neural. Nos Estados Unidos, desde 1998 os produtos à base de grãos são enriquecidos com o ácido fólico. No Brasil, não é diferente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também exige que as farinhas de trigo e milho sejam turbinadas com a substância.
De olho nisso, fica fácil entender por que abolir massas, pães e companhia não é uma boa ideia durante a gravidez ou no momento que antecede a concepção do bebê. Aí você pode pensar: “mas basta tomar um suplemento!”.
A questão é que, como muitas gestações não são planejadas, boa parte das mulheres só recorre a esses itens mais tarde, depois que o defeito no tubo neural já teria ocorrido. Daí a relevância dos alimentos enriquecidos com o ácido fólico.
De acordo com Tania, autora da pesquisa, investigações futuras são necessárias para ver se essa relação é válida para outras populações e também para entender exatamente de que maneira o consumo de carboidratos se relaciona com prejuízos no tubo neural.
Fonte: Saúde Abril